O comunismo ético e humanitário de Oscar Niemeyer

Não tive muitos encontros com Oscar Niemeyer. Mas os que tive foram longos e densos. Que falaria um arquiteto com um teólogo senão sobre Deus, sobre religião, sobre a injustiça dos pobres e sobre o sentido da vida?
Nas nossas conversas, sentia alguém com uma profunda saudade de Deus. Invejava-me que, me tendo por inteligente (na opinião dele) ainda assim acreditava em Deus, coisa que ele não conseguia. Mas eu o tranquilizava ao dizer: o importante não é crer ou não crer em Deus. Mas viver com ética, amor, solidariedade e compaixão pelos que mais sofrem. Pois, na tarde da vida, o que conta mesmo são tais coisas. E nesse ponto ele estava muito bem colocado. Seu olhar se perdia ao longe, com leve brilho.
Impressionou-se sobremaneira, certa feita, quando lhe disse a frase de um teólogo medieval: “Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. E ele retrucou: “mas que significa isso?” Eu respondi: “Deus não é um objeto que pode ser encontrado por ai; se assim fosse, ele seria uma parte do mundo e não Deus”. Mas então, perguntou ele: “que raio é esse Deus?” E eu, quase sussurrando, disse-lhe: “É uma espécie de Energia poderosa e amorosa que cria as condições para que as coisas possam existir; é mais ou menos como o olho: ele vê tudo mas não pode ver a si mesmo; ou como o pensamento: a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. E ele ficou pensativo. Mas continuou: “a teologia cristã diz isso?” Eu respondi: “diz mas tem vergonha de dizê-lo, porque então deveria antes calar que falar; e vive falando, especialmente os Papas”. Mas consolei-o com uma frase atribuída a Jorge Luis Borges, o grande argentino:”A teologia é uma ciência curiosa: nela tudo é verdadeiro, porque tudo é inventado”. Achou muita graça. Mais graça achou com uma bela trouvaille de um gari do Rio, o famoso “Gari Sorriso: “Deus é o vento e a lua; é a dinâmica do crescer; é aplaudir quem sobe e aparar quem desce”. Desconfio que Oscar não teria dificuldade de aceitar esse Deus tão humano e tão próximo a nós.
Mas sorriu com suavidade. E eu aproveitei para dizer: “Não é a mesma coisa com sua arquitetura? Nela tudo é bonito e simples, não porque é racional mas porque tudo é inventado e fruto da imaginação”. Nisso ele concordou adiantando que na arquitetura se inspira mais lendo poesia, romance e ficção do que se entregando a elucubrações intelectuais. E eu ponderei: “na religião é mais ou menos a mesma coisa: a grandeza da religião é a fantasia, a capacidade utópica de projetar reinos de justiça e céus de felicidade. E grande pensadores modernos da religião como Bloch, Goldman, Durkheim, Rubem Alves e outros não dizem outra coisa: o nosso equívoco foi colocar a religião na razão quando o seu nicho natural se encontra no imaginário e no princípio esperança. Ai ela mostra a sua verdade. E nos pode inspirar um sentido de vida.”
Para mim a grandeza de Oscar Niemeyer não reside apenas na sua genialidade, reconhecida e louvada no mundo inteiro. Mas na sua concepção da vida e da profundidade de seu comunismo. Para ele “a vida é um sopro”, leve e passageiro. Mas um sopro vivido com plena inteireza. Antes de mais nada, a vida para ele não era puro desfrute, mas criatividade e trabalho. Trabalhou até o fim, como Picazzo, produzindo mais de 600 obras. Mas como era inteiro, cultivava as artes, a literatura e as ciências. Ultimamente se pôs a estudar cosmologia e física quântica. Enchia-se de admiração e de espanto diante da grandeur do universo.
Mas mais que tudo cultivou a amizade, a solidariedade e a benquerença para com todos. “O importante não é a arquitetura” repetia muitas vezes, “o importante é a vida”. Mas não qualquer vida; a vida vivida na busca da transformação necessária que supere as injustiças contra os pobres, que melhore esse mundo perverso, vida que se traduza em solidariedade e amizade. No JB de 21/04/2007 confessou: ”O fundamental é reconhecer que a vida é injusta e só de mãos dadas, como irmãos e irmãs, podemos vive-la melhor”.
Seu comunismo está muito próximo daquele dos primeiros cristãos, referido nos Atos dos Apóstolos nos capítulos 2 e 4. Ai se diz que “os cristãos colocavam tudo em comum e que não havia pobres entre eles”. Portanto, não era um comunismo ideológico mas ético e humanitário: compartilhar, viver com sobriedade, como sempre viveu, despojar-se do dinheiro e ajudar a quem precisasse. Tudo deveria ser comum. Perguntado por um jornalista se aceitaria a pílula da eterna juventude, respondeu coerentemente: “aceitaria se fosse para todo mundo; não quero a imortalidade só para mim”.
Um fato ficou-me inesquecível. Ocorreu nos inícios dos anos 80 do século passado. Estando Oscar em Petrópolis, me convidou para almoçar com ele. Eu havia chegado naquele dia de Cuba, onde, com Frei Betto, durante anos dialogávamos com os vários escalões do governo (sempre vigiados pelo SNI), a pedido de Fidel Castro, para ver se os tirávamos da concepção dogmática e rígida do marxismo soviético. Eram tempos tranquilos em Cuba que, com o apoio da União Soviética, podia levar avante seus esplêndidos projetos de saúde, de educação e de cultura. Contei que, por todos os lados que tinha ido em Cuba, nunca encontrei favelas mas uma pobreza digna e operosa. Contei mil coisas de Cuba que, segundo frei Betto, na época era “uma Bahia que deu certo”. Seus olhos brilhavam. Quase não comia. Enchia-se de entusiasmo ao ver que, em algum lugar do mundo, seu sonho de comunismo poderia, pelo menos em parte, ganhar corpo e ser bom para as maiorias.
Qual não foi o meu espanto quando, dois dias após, apareceu na Folha de São Paulo, um artigo dele com um belo desenho de três montanhas, com uma cruz em cima. Em certa altura dizia: “Descendo a serra de Petrópolis ao Rio, eu que sou ateu, rezava para o Deus de Frei Boff para que aquela situação do povo cubano pudesse um dia se realizar no Brasil”. Essa era a generosidade cálida, suave e radicalmente humana de Oscar Niemeyer.
Guardo uma memória perene dele. Adquiri de Darcy Ribeiro, de quem Oscar era amigo-irmão, uma pequeno apartamento no bairro do Alto da Boa-Vista, no Vale Encantando. De lá se avista toda a Barra da Tijuca até o fim do Recreio dos Bandeirantes. Oscar reformou aquele apartamento para o seu amigo, de tal forma que de qualquer lugar que estivesse, Darcy (que era pequeno de estatura), pudesse ver sempre o mar. Fez um estrado de uns 50 centrímetros de altura E como não podia deixar de ser, com uma bela curva de canto, qual onda do mar ou corpo da mulher amada. Ai me recolho quando quero escrever e meditar um pouco, pois um teólogo deve cuidar também de salvar a sua alma.
Por duas vezes se ofereceu para fazer uma maquete de igrejinha para o sítio onde moro em Araras em Petrópolis. Relutei, pois considerava injusto valorizar minha propriedade com uma peça de um gênio como Oscar. Finalmente, Deus não está nem no céu nem na terra, está lá onde as portas da casa estão abertas.
A vida não está destinada a desaparecer na morte mas a se transfigurar alquimicamente através da morte. Oscar Niemeyer apenas passou para o outro lado da vida, para o lado invisível. Mas o invisível faz parte do visível. Por isso ele não está ausente, mas está presente, apenas invisível. Mas sempre com a mesma doçura, suavidade, amizade, solidariedade e amorosidade que permanentemente o caracterizaram. E de lá onde estiver, estará fantasiando, projetando e criando mundos belos, curvos e cheios de leveza.

66 comentários sobre “O comunismo ético e humanitário de Oscar Niemeyer

  1. fiquei imensamente admirado com a publicação, niemeyer grande homem.pena a sociedade ainda caminha para este projeto humanitario e justo, sou da PJ, paz e bem, amigo de luta, na construção da civilização do amor.

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  2. Compreender e ser compreendido, Senhor Boff, esse foi sua jóia com Senhor Oscar.

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  3. Que texto lindo. Capaz de nos trazer a leveza de Niemeyer e mantê-la em nós. Bravo, Frei Betto! Sou um modesto jornalista do interior de Pernambuco. Gostaria de lhe enviar um link para um pequeno texto que escrevi falando sobre as influências que a generosidade dos grandes comunistas me causaram – e continuarão a causar. Um grande abraço e muita Luz! A publicação está aqui: http://blogdomarioflavio.com.br/vs1/?p=26130 Meu twitter é @almirvilanova

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  4. Dizer no final que o invisível faz parte do visível não contradiz de alguma forma o que foi dito antes sobre o nosso equívoco ter sido colocar a religião na razão quando o seu nicho natural se encontra no imaginário?

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    • Com razão Renato, mas essa é uma das maiores marcas de Leonardo Boff. Confesso que quase nunca concordo com o que ele diz, mas confesso que me faz pensar.

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    • Quando Boff diz que o invisível faz parte do visível, ele está se referindo ao intercâmbio entre a espiritualidade e a matéria. Repete o apóstolo Paulo quando, em acurada percepção, afirma que as coisas visíveis são sustentadas pelas invisíveis, ou seja, o Espírito se relaciona, o tempo inteiro, com as formas densas. Não temos uma prova disso no pensamento? Ninguém o vê, mas sabemos que ele existe, pois cria e transforma nas Ciências, nas Artes, na Filosofia e em tudo que o homem põe as mãos.

      Quanto à razão:

      A religião precisa, sem dúvidas, desse talento extraordinário, todavia que à razão, seja acrescida sabedoria, filha do amor. Que os raciocínios sejam coloridos pelo matiz de sentimentos nobres. Ninguém raciocina sem sentir. Há sentimentos de todos os tipos, mas ninguém vive sem tê-los. A própria frieza é um sentimento. Então, vem o Evangelho e a aquece, e cadinhos de generosidade começam a surgir. Imaginar não é ilusão. É atividade inegável da mente humana. Imaginamos o tempo inteiro: coisas boas e ruins. Quem imagina está criando perspectivas, cenários, discursos, teses, diálogos dos mais variados interesses. A proposta do Evangelho é que a imaginação humana gere imagens, cheias de Vida, que se materializem na vida prática, entrando na realidade do espaço-tempo. O que não seriam os asilos, orfanatos, hospitais, trabalhos beneficentes, socorro à infância e aos desabrigados, se não a “encarnação” de uma ideia que nasceu na imaginação de alguém? Alguém que, antes da obra pronta, concebeu-a dentro de si.

      Jesus propôs um raciocínio simbólico, cheio de imaginação ativa, através de sus parábolas.

      Quando o Senhor nos chama de “Sal da Terra”, ele evoca essa parceria.

      “Que sal é esse?”, questiona a razão.

      “É o sal que se dilui no cadinho das relações, anônimo, invisível, misturando-se aos diferentes e deixando sabor por
      onde passa”, responde a razão, auxiliada pela imaginação.

      A razão enrijecida é incapaz de viver o Evangelho, por isso precisa de uma porta larga para se transportar. Apenas a
      razão, ilustrada por símbolos, tem a fluidez necessária para transpor a porta estreita.

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  5. Oscar deve tá feliz vendo essas coisas lindas que o amigo Boff escreveu.Assim podemos ficar sabendo um pouco mais acerca desse homem,que dignificaria qualquer país do mundo.Oscar foi uma dessas criaturas especiais onde a simplicidade anda junto c/ a sabedoria…

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    • Oscar Niemeyer morreu, Massuellos de S Campos, e, se vivo estivesse, certamente não aceitaria a classificação de Leonardo Boff, que dá título ao artigo: “Comunismo ético e humanitária de Oscar Niemeyer”, deixando subentendido que o comunismo, de modo geral, não é ético nem humanitário. Niemeyer não aceitaria isso.

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  6. Lindo, simplesmente lindo. Deus, se um dia o reencontrar do alto do meu ceticismo, será este Deus descrito aí no texto, despido de dogmas, completamente fora do mundo, mas no mundo. Um deus preocupado com o bem-estar de todos.
    Um salve a Oscar Niemeyer, esse humanista!
    Abraço, L. Boff!

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  7. Me emocionei com este texto sempre admirei o trabalho destes dois gênios. Tenho alma comunista mas creio em Deus acima de tudo.

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  8. “Descendo a serra de Petrópolis ao Rio, eu que sou ateu, rezava para o Deus de Frei Boff para que aquela situação do povo cubano pudesse um dia se realizar no Brasil”. Essa era a generosidade cálida, suave e radicalmente humana de Oscar Niemeyer. Todos nós que lemos este texto deveriam adotar o Comunismo Ético e Humanitário assim faríamos uma Revolução Pacifista. A hora é chegada.
    Paz e Luz para você Leonardo Boff e todos os homens que deixaram seu legado ético e humanitário na historia sem usar de violência.

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  9. .A sensibilidade e a inteligência aplicada nesse texto de L. Boff sobre a vida e a morte de Neimeyer nos traz uma poderosa reflexão e a possibilidade de resignificar sobre: a caridade, a fé, a benquerencia, a vida em comunhão com o Planeta e com a Energia que tudo vê! Obrigada, mais uma vez, L Boff pro nos amar e nos ensinar sobre valores, sobre ética e sobre as coisas do cotidiano….simplesmente lindo e emocionante!!

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  10. Leonardo Boff, com este texto brilhante e sensível, além de sensibilizado, prova por que homens como ele e Niemeyer são essenciais, insubstituíveis hoje em dia, período em que a direita mais feroz e retrógrada volta a rosnar e a atacar para ferir de morte quem tem ideologia e projetos a favor dos pobres e coloca toda a sua humanidade em defesa da vida! Basta ler o que o azedo colunista da Veja escreveu sobre nosso arquiteto mais famoso e os mesmos factóides que a revista que ele serve vem produzindo contra nosso operário cada vez mais respeitado lá fora, mas que para estes facistas sempre de plantão estaria a serviço da corrupção e de corruptos! Parabéns, frei, que Deus o ilumine sempre! E nos livre e guarde dos rancores deste tão obscuro veículo de comunicação e seus pseudo-jornalistas!

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  11. Que lindo… sempre que vejo algo escrito pelo Boff me emociono.
    a esperança volta com tudo ao meu coração… . Oscar Niemeyer certamente esta no céu projetando sonhos…

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  12. Olá Leonardo, Acabo de ler seu artigo e escrevo profundamente emocionado e agradecido pela oportunidade de te encontrar junto com Oscar Niemeyer e Frei Betto, encontrando seus pensamentos suas palavras e o manancial cheio de dádivas que os três tem deixado no rastro de suas pegadas por essa terra tão generosa e tão maltratada.

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  13. Grande mestre, Leonardo Boff, gostaria de saber o que pensa do “Distributismo” e se conhece e admira as ideais do escritor inglês G.K. Chesterton. Abraço.

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  14. Grande mestre, Leonardo Boff, parabéns pelo belo texto!
    Gostaria de saber o que pensa do “Distributismo” e se conhece e admira as obras do escritor inglês G.K. Chesterton. Abraço.

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  15. A genialidade de Niemeyer como arquiteto nao esconde uma outra verdade: ele era marxista leninista ferrenho que negou a reconhecer a terrivel realidade dessa ideologia totalitaria e genocida. Caiu como um castelo de areias, repudiado e odiado por todos que viveram subjugados por ela. Somente pseudo intelectuais recusam a ver o obvio ululante: comunismo e uma tragedia humana. Por isso nunca sobrevivera a liberdade de expressao e do individuo, simples principios que Marx e Lenin (assim como Mao, Fidel, Arafat, Hamas , Hitler, Stalin e cia) odiaram e odeiam intensamente.

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  16. Me emocionou as palavras de Leonardo Boff. Na procura de Deus pelo Arquiteto, eis que
    surge muma semente de amor de mum pelo outro, e, cada qual construiu se Deus.

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  17. Sempre admirei a obra do arquiteto ON mas, como pensador, acho-o um tolo, de uma ingenuidade que se faz inofensiva e idealista mas que é perniciosa e contraditória. Quanto ao Frei, não lhe sobra ser bom em nada, nem em projetos nem em ideias, Uma reedição extemporânea e estereotipada do Francisco de Assis que virou santo. Um boboca que ficou famoso por falar bobagens, lugares comuns politicamente corretos que agradam tanto aos tantos tolos que, como ele, patinam na superficialidade ingênua e deletéria das ideias mal resolvidas. Por trás de um manto mal cerzido de amor e paz desenhado por sorrisos lobotomizados e olhares vazios de parvoíce transparece a denúncia de uma suposta injustiça social ou natural que acaba gerando, além de votos e simpatia dos incautos e crianças, uma cobrança social que nunca poderá ser paga e que sempre será justificativa da violência e destruição da qual sempre, comodamente, se manteve longe o nosso famoso, e contraditório, arquiteto.

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    • Edgar,
      Acho tolo você em potência altíssima e não Oscar Niemeyer para o qual vc não tem nenhuma palavra de reconhecimento.
      Com gente como vc a humanidade afundaria porque não nosta nenhum sentido de justiça e de vontade de transformação. Está feliz com o que tem e vive. Só que isso não o livra dos riscos que todos corremos como civilização e como sistema-vida.

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    • Que infame esse Edgar, a liberdade de expressão lhe dá o direito de falar o quer, já não posso afirmar de expressar o que pensa, pois disso duvido e pergunto: Porque escolheu o texto do Frei para destilar sua peçonha? Você é do tipo que gosta de montar em cavalo alheio e quando passa encilhado? Pior, é daqueles que adoram chutar cachorro morto, assim fica fácil.
      Não sei o que, e se já escreveu algo, pois se diz pensador, mas, tenho orgulho de nada conhecer a seu respeito e dos que alimentam ódio tão vil pela vida.
      Oscar Niemeyer foi o gênio da humildade, simplicidade e “ingenuidade” sim, mas não a do Tolo, e sim a da criança, diferente de todos nós, ele não aceitou o condicionamento cultural do ter e preferiu o “ser humano – ser”, manteve sua coerência durante os seus 105 anos de vida e por isso tornou-se “gênio”. Já você, terá urgência em reconstruir seu ego.
      Parabém ao Frei pelo texto,

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    • Edgar, ao reduzires o nome, não só do Oscar, mas de qualquer cidadão, a uma simples sigla, sem significado e sem o devido respeito, seja lá para com quem seja, demonstras a tua limitação intelectual que tentas esconder com um texto um tanto rebuscado, reconheço, porém deixaste clara a tua incapacidade de transceder a tua ignorância. Negar a intelectualidade do Oscar Niemeyer, é assim que se escreve, se abreviaste por não teres lembrado da grafia correta, é no mínimo uma estupidez, podes não compartilhar das idéias comunistas do velho mestre, mas não tens o direito de desqualificá-las. Pelo que percebo, ao desvincular a intelectualidade do Oscar de sua obra, demonstras mais uma vez que tua capacidade de admiração para com uma obra arquitetônica é pobre e limitada. A obra de Niemeyer e sua intelectualidade são unas, uma não existe sem a outra. Quanto as suas críticas ao Boff, discordo mais uma vez de suas colocações. Eis um outro ícone da intelectualidade brasileira.
      Vou te dar um conselho: se fores religioso, visite a catedral de Brasília, se fores ateu, olha com carinho o Memorial da América Latina, talvez consiga entender quem foi e o que é a obra de Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho.
      Mas veja, no fim, nada disto importa, o que importa é a vida!

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  18. Meu reconhecimento à importancia de ON na Arquitetura, até mundial. Mas como aceitar bovinamente a teorização comunista marqueteira que o grande mestre sempre fez questão de exteriorizar? Qual trabalho de real relevancia aos menos afortunados que seu Escritório executou??? nada a declarar. Qual trabalho seu que nao foi oriundo de contrato MUITO BEM PAGO? Se notabilizou com soluções geniais encomendadas pelo poder público sempre ao mais capitalista…..gordos contratos….Onde está a ética comunista? O lado humanitário se restringe ao belo para o povo. Teve 104 anos de oportunidades de mudar definitivamente o mercado brasileiro de moradia de interesse social. Pena que não encarou esse maior inimigo do povo, o seu próprio governo tirano comprador do melhor e ofertador do mínimo social. Que sua vida sirva de lição que é impossível ser vitrine sem mostrar o que realmente se tem por dentro. Esse senhor, o mais capitalista dos comunistas, dircursava os males de uma sociedade de consumo desigual, mas a todo momento, profissionalmente, se valia de notório saber para afastar outros talentos na busca por mais e mais palácios e monumentos. Dói em mim chegar nessa conclusão, até pq sou realmente admirador do trabalho de ON e não de seus discursos realmente muito tocantes e nada reveladores de suas práticas nos panos do poder capitalista.

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    • Ortiz, és um parvo que nunca fez nada de bom para os outros e na sua mesquinheza quer julgar pessoas que fizeram muito pelo próximo. Nyemaier não conseguiu fazer mais para humanidade pois existem pessoas que nem tu, lutando para manter os privilégios e a maldade no mundo.

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  19. Senti na leitura um diálogo teológico de gêneos comtemporâneo, que encontra Deus na ética humanitária quando coloca tudo em comum nos atos e ações que tornam a vida melhor. Essa leitura me faz sentir melhor.

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  20. Amigo de meu amigo é meu amigo. Como somos amigos de Luiz Augusto Passos, possa então chamá-lo de amigo Leonardo. Amigo que acompanho há muitos anos, seguindo seus escritos e livros, seguindo suas lutas, suas vitórias e seus infortúnios e vivendo em um mundo de águia e galinhas, não me surpreenderia nem um pouco com o surgimento de um pato, que não encontra em sua mente obscura e perdida nenhuma qualidade em Oscar Niemeyer. Tal e abominável criatura que se acha no direito de denegrir com ofenças ridículas o grande camarada Niemeyer do antigo PCB, mostra bem sua pequenez, mostra bem sua intolerância e repugnante asquerosidade. Não cito o nome deste ensandecido pois se o fizesse macularia este espaço.
    Parabéns Leonardo, como ateu vi no teu escrito que é possivel sim termos uma sociedade fraterna, onde não haverá espaços para ranços ideológidos, religiosos ou raciais e sim para um mundo límpido e justo de idéias.

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  21. É difícil não perceber em Niemeyer características de personalidades marcantes como Gandhi, Madre Tereza, Irmã Dulce e tantos outros.

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  22. NADA CONTRA A BELEZA E A ARTE DE NIEMEYER, MAS…..COMUNISMO COM PALÁCIO DA ALVORADA E MANSÕES NO LAGO DE BRASÍLIA, VERSUS HABITAÇÕES IGUALITÁRIAS PARA O RESTO…….EPA…..NINGUÉM QUER SER RESTO, OU GADO .

    SUA OBRA É UM ESBANJO DE CONCRETO, LINDA E ESPLENDOROSA, ENQUANTO AS CIDADES SATÉLITES SÃO CARENTES DO SIMPLES TIJOLO.

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  23. Sabe, Leonardo Boff, não tem essa de “comunismo ético e humanitário”. Comunismo é comunismo e fim de papo. O capitalismo, que defendeis, esse sim, precisa de certos adjetivos para se disfarçar. Que tal chamar o vosso capitalismo de ético e humanitário? Seria uma ótima piada, não seria?

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  24. Guy Blanc
    Crer ou não em deus é sem importancia, o presente e o futuro de todos nos é o mesmo…
    Mas as pessoas quem tivem a sorte, como eu, de conhecer Oscar sabem que ele era um homem dum valor humano excepcional, e sua obra é testemunha desse valor. Ponto final.

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  25. professor leonardo, considero bastente seu ponto de vista, tangencia a sutileza da percepção sobre o outro, sobre isto considero ato nobre. ainda sobre o personagem que orbita este post, tive a chance de ler um texto da renata falzoni, publicado na pagina da espn. recomendo (http://goo.gl/5jzLU)

    obrigado pela atenção, T+

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  26. O extraordinário senhor Boff é o fato de nós conhecermos um pouco mais de homem que amava viver, creio que respondo todos que tem indagado essa matéria quando afirmo que o comunismo depende do comunista (risos).
    O pouco que sei de Oscar Niemeyer é que ele era humano sim bem mais que muitos falsos que vivem para fazer o bem e são bem pagos para isso e não fazem, só porque ele não fez alguma obra em seu bairro ou não projetou sua casa não significa que ele era sim humano a quem precisava. Sou péssimo para títulos, mas ao comunista que criou seu humano comunismo ético de vergonha na cara…

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  27. Comovente ver um texto de uma das figuras mais notáveis de nossa história falando de outra, ambas imensamente admiradas por mim. É tanta beleza contida nas suas palavras que emudeço, tal qual quando paramos diante de uma obra do grande arquiteto.
    Tenho a alegria de testemunhar o nascimento da obra de um dos grandes místicos do nosso tempo, mestre Boff.

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  28. Uau! Texto lindo e emocionante. L. boff, apesar de não concordar teologicamente com alguns pontos do texto não posso negar que sua simplicidade, leveza e perspicácia em perceber a beleza e o sagrado nas pessoas e nas coisas mais simples me inspiram e me conduzem para mais perto de Deus. Que Espírito Santo de Deus continue te usando para semear o amor, a paz, a esperança e a salvação por onde passares.

    Paz e bem!

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  29. Leonardo Boff é franciscano separado da ordem, porém continua com a mesma linha que são francisco criou. Em um capítulo que houve em Brasilia o bispo não consentiu que ele fizesse sua palestra. Ficamos de boca enrolada em lenços durante o espaço da palestra em solidariedade. Maravilhoso este homem de Deus que sabe falar dos homens e Oscar \Niemayer é o homem do século que jamais deveria morrer, mas ficou a fama intacta… Maria José Camelier OfS de Salvador-Ba..

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