Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie: Pe. Antonio Piber

Houve um esquecimento de minha parte: não citei o nome do artigo publicado abaixo: Pe.Antonio Piber, material que recebi via internet (quatremains). Peço desculpas aos leitores/as.

Há muita confusão acerca do atentado terrorista em Paris, matando vários cartunistas. Quase só se ouve um lado e não se buscam as raízes mais profundas deste fato condenável mas que exige uma interpretação que englobe seus vários aspectos, ocultados pela midia internacional e pela comoção legítima face a este ato criminoso. Mas ele é uma resposta a algo que ofendia milhares de fiéis muçulmanos. Evidentemente não se responde com o assassinato. Mas também não se devem criar as condições psicológicas e políticas que levem a alguns radicais a lançarem mão de meios reprováveis sobre todos os aspectos. Publico aqui um texto de um padre, Antonio Piber, que é teóloogo e historiador e conhece bem a situação da França atual. Ele nos fornece dados que muitos talvez não os conheçam. Suas reflexões nos ajudam a ver a complexidade deste anti-fenômeno com suas aplicações também à situação no Brasil: Lboff

***************************

Eu condeno os atentados em Paris, condeno todos os atentados e toda a violência, apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou da paz e me esforço para ter auto controle sobre minhas emoções…

Lembro da frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobram os sinos: é por mim”. Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro, ninguém o merece, acredito na mudança, na evolução, na conversão. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem… Ainda estou constrangido pelos atentados à verdade, à boa imprensa, à honestidade, que a revista Veja, a Globo e outros veículos da imprensa brasileira promoveram nesta última eleição.

A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970, é mais ou menos o que foi o Pasquim. Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita europeia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais…

O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet (críticas que foram resolvidas com a demissão sumaria dela). Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã, ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011…

A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”, vítimas de preconceitos e exclusões. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou.

Alguns chamam os cartunistas mortos de “heróis” ou de os “gigantes do humor politicamente incorreto”, outros muitos os chamam de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo, como os comentários políticos de colunistas da Veja, são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.

O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o Profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a imagem de Nossa Senhora para atacar os católicos…
Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. “É preciso” porque? Para que?

Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo. Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista. Os tribunais franceses, famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerância (ver Caso Dreyfus), como o STF no Brasil, que foi parcial nas decisões nas últimas eleições e no julgar com dois pessoas e duas medidas caos de corrupção de políticos do PSDB ou do PT, deram ganho de causa para a revista.

Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã e contra o cristianismo, se tem dúvidas, procure no Google e veja as publicações que eles fazem, não tenho coragem de publicá-las aqui…

Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência, com trocadilhos infames com “matar” e “explodir”…). Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…

E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). A piada tem esse poder. Mas piada são sempre preconceituosas, ela transmite e alimenta o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista. Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita. Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas…

Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus…
Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.
“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso, assim como deveria/deve punir a Veja por suas mentiras. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.

“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados, como o racismo ou a homofobia, isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim…

Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis ou bombas.

Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar. Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada”. Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”. Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até… charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos! Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados, um deles com granadas!, nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza. É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos”, e ela sabe disso).

Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro do atentado, eu não sou Charlie. Je ne suis pas Charlie.

37 comentários sobre “Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie: Pe. Antonio Piber

  1. Olá.

    O texto que o senhor publicou como sendo de um padre chamado Antonio Piber na verdade foi escrito por mim. Não tenho granbdes vaidades, mas gostaria que esse equívoco fosse corrigido. Sou brasileiro e não sou padre, sou um professor (formado em jornalismo) de 33 anos.

    Um grande abraço

    Rafael Saldanha

    Curtir

    • “Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. […] Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a estátua de Nossa Senhora para atacar os católicos.”

      Completamente errado. Não existe esse princípio de não representação do profeta Maomé. Existe o princípio de não representação de seres animados em contextos religiosos. Basta procurar dezenas de imagens medievais sobre Maomé *feitas por muçulmanos*!

      ” Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a estátua de Nossa Senhora para atacar os católicos.”

      O pastor chutou. Fazendo um paralelo, é como se esse pastor tivesse sido assassinado por ter chutado a estátua.

      “Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.”

      O que é ofensa permitida ou não é decidida pelo sistema jurídico. Para os muçulmanos, beber cerveja e dançar pelado no carnaval é uma infame ofensa. Eles se sentem ofendidos. Eles se sentem ofendidos também por crenças não-muçulmanas, e às vezes pela ostentação de uma cruz, de um cabelo, o que dizer de pernas e seios. Que tipo de “ofensa” é permitida, então?

      Parte cortada do seu texto:

      “Ok, o catolicismo foi banalizado. Mas isso aconteceu de dentro pra fora. Não nos foi imposto externamente. Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só.”

      De dentro para fora, de fora para dentro também. O Estado estava “de fora” ou “de dentro”? O secularismo (americano, francês) estava “de fora” ou “de dentro”?

      Note que, de um ponto de vista, o islamismo estava em grande parte banalizado (ou “secularizado”) durante a maior parte do século XX.

      “Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só.”

      E por que não pode ser “o islã, por si só”? Existe “o islã, por si só?” Onde o encontramos? Quando são criticados outros grupos religiosos, criticam-se comportamentos ou crenças abstratas?

      E a pergunta que não quer calar: Que parte do conjunto de crenças islâmicas (gerais ou específicas) pode ser ligada diretamente ao fanatismo?

      É melhor começar respondendo exatamente a essa última pergunta, Sr. Rafael.

      Curtir

  2. Cher Monsieur, nous avons traduit votre article et nous vous l’envoyons pour que vous le mettiez sur votre site et qu’ainsi, d’autres en profitent. Si vous le faites rapidement, et si vous avez la gentillesse de me prévenir, nous pourrons mettre le lien vers votre site pour y renvoyer nos lecteurs.

    Très cordialement, la présidente de la Conférence des baptisés. Anne Soupa

    http://www.baptises.fr,

    Curtir

    • Anne, vou pouvez traduire l’article du Père Antonio Piber et le mettre dans votre blog. Si vous voulez, vous pouvez l’envoyer à mon e-mail et je le metterai dans mon blog: lboff@leonardoboff.com Il y a aussi un autre article du moi dans le même blog(www.leonardoboff.wordpress.com) sur le même sujet que est disponible si vouz voulez le traduire aussi.
      bien fraternellement
      lboff

      Curtir

  3. Caro Senhor,
    entendo seu ponto de vista mas acho que a satira ajudou muito a humanidade a evoluir, so que não sei se ela é uma boa ferramenta para todas as culturas… na ocidental, rompeu muitos dogmas e falsos moralismos, ajudou países a se libertarem de ditaduras.
    Se a religião é sagrada, porque não seria a politica? teremos no futuro, a proibição de retratar chefes de estado? tenho certeza que isto ja acontece ha muito tempo no imundo comunista (vide o caso do filme satirizando a Coreia do Norte) onde a imprensa é totalmente controlada. Outra coisa; se sagrada é a imagem ou a não imagem do profeta Maomé para os islamistas, sagrado também é a liberdade de expressão no mundo ocidental onde profetas hoje são jornalistas e deuses; estrelas do mundo Pop.
    uma ultima: o senhor não se constrange dos atentados a verdade na campanha difamatoria e sórdida da sua candidata??? e de seu Ministério não se envergonha também?? perguntar não ofende… como diria nosso humorista Jo Soares

    Curtir

    • Releia o texto. A liberdade de expressão não abarca o deboche rasteiro, irresponsável e estereotipador, fomentador de violência, típico desse pseudo-humor. A LIBERDADE DE IMPRENSA NÃO TEM PREFERÊNCIA NEM PRIORIDADE EM RELAÇÃO AO PATRIMÔNIO IMATERIAL DE OUTREM, Compreendendo, dentre outros, os direitos à dignidade e a autoimagem e de não sofrer discriminação em virtude de raça, credo,,orientação sexual, status social,, aparência, cultura…. Portanto, o direito de um acaba onde o direito do outro começa. Fale o que quiser, como consta do texto, mas aguente as consequências. È o que a nossa Constituição, tendo aderido a convenções internacionais e orientada por princípios éticos, dentre eles os universalismo e respeito, garante a todos os cidadãos. JE NE SUIS PAS CHARLIE.

      Curtir

    • Nasci e vivo no mundo Ocidental e nem por isso considero jornalistas profetas e estrelas do mundo pop como deuses. Sagrado é o respeito aos seres vivos. Muito engraçado essas pessoas que querem falar de mentiras de candidato. Tenha vergonha na cara: que candidato foi honesto nessa eleição? O perdedor inconformado? É só mais um corrupto como outro qualquer. Não passa de um farsante. Perdeu não só pela péssima campanha política, mas graças aos seus eleitores que continuam vomitando ódio, preconceito e depois querem dizer que são os apoiadores do abominável partido que querem dividir a nação. Por causa desses eleitores inescrupulosos e detestáveis tornou-se impossível votar nesse perdedor

      Curtir

  4. Que decepção … sempre costumo apreciar seus escritos, e ler este artigo (mesmo sendo apenas uma citação) … me deixa perplexa, surpresa. Este senhor que escreveu o texto nao conhece o assunto. Ja percebi que muitas pessoas no Brasil nao têm conhecimento do que se passa aqui na França, analisam mal a realidade, e quisera muito brasileiro poder se beneficiar com o que se tem por aqui : educação publica de qualidade para TODOS, acesso à saúde para TODOS (e sem ficar esperando …), salário mínimo que permite viver, nao me consta que a França faça parte dos países aonde ainda existe algum tipo de escravidão, este senhor talvez ignore que vários ministros franceses foram e sao originarios do Magreb, e se a vida fosse tao ruim assim, nao veríamos uma quantidade tao grande de pessoas querendo vir se instalar aqui. Sugiro que ele reflita e pense antes de escrever sobre um assunto tao delicado, num momento tao triste e que por isso mesmo requer cuidado com o que se diz.

    Curtir

    • Angela, você é do pessoal que em 2013 estava nas ruas protestando contra a realização da Copa no Brasil e pleiteando que o dinheiro fosse investido em escolas e hospitais “padrão FIFA”?

      Curtir

    • Acho q vc não entendeu o artigo,ninguém falou da saúde,salario minimo ou qualquer fator econômico da França,a questão aki é a falta de respeito do jornal com as religiões,negros e outros,liberdade de expressão não é liberdade para ofensa,não somo a favor de massacres,mas tbm não somos a favor de um jornal que fere princípios de respeito,só isso!

      Curtir

    • Façam charger ( chacota) de Jesus Cristo, Maria e José aqui no Brasil e vocês conhecerão o terrorismo cristão, não me venha com esta palhaçada moralista, seus preconceituosos, é muito fácil dizer que esta a favor deste bando de cartunistas ( Palhaço) e quem compra este tipo de merda é tão palhaço como, venham para cá viver aqui e poderão falar daqui e não das mordomias que vivem os europeus vagabundos que viveram as custas da exploração de suas colônias por mais de 500 anos, agora a realidade é outra e não será com terrorismo que terão seus espaços invadidos mas sim com intelectualismo de gente que pensa e respeita os iguais.

      Curtir

    • Angela,

      Minha querida, você está criticando o posicionamento do escrito deste artigo, dizendo que ele não deveria escrever o que escreveu, e está dizendo que é defensora do jornaleco de Paris? Então não estou entendendo, você está fazendo censura, ou seja, ela só é boa quando não afeta o seu posicionamento…interessante!

      Curtir

  5. Muito Bom ! Leonardo Você esteve aqui em Juiz de Fora e adorei sua palestra Demais !!! Sempre aprendo com você !
    Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos sem amor eu nada seria “Coríntios 13 ” Bíblia
    “Quando o amor o chamar,Se guie.Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados E quando ele vos envolver com suas asas ,Cedei-lhe” Alcorão.

    Hoje acordei com os olhos sobre uma charge que ridicularizava a fé cristã , ontem dormi com os sons de telejornais anunciando a morte de jornalistas, policiais , cidadãos franceses “terroristas ” ou não “pseudo jornalistas” ou não . O fato é que existiam, ao passar sobre os meus falhos olhos sensações imersas de um insípida nitidez , o sal no chão estava aglutinando corpos e a nudez era da alma, denunciando uma insensibilidade profunda, infrutífera.Por favor , Rousseau gostaria de ouvir os gritos de Voltaire sobre “não concordo com o que você disser mas lutarei até a morte pelo direito de dizê-lo ” Não é simplesmente um axioma , é uma resposta do passado ao presente , é uma memória que dita a ideia de liberdade , como espaço da alteridade , então , vamos refletir , porque se os mortos não falam , eles espelham perigos em fossos , onde o foco pode ser o ditar de um reacionarismo e a morte da democracia . Assim , ocidente não seja indiferente , porque o silêncio pode ser um sim a mudez da liberdade e sensibilidade , a violência não começa com o terrorismo , vem de dentro e a linguagem infelizmente como pena fina ainda sim mata e destrói , quando impensada ou imprensada, então o fundamental é o respeito e a ética em relação ao humano, porque no final o que resta é a relação do sujeito com ele , com o outro e o conhecimento. Não é díficil , basta usar o por que ? E o para que ?

    Curtir

  6. Prezado Leonardo Boff, o texto nao é meu, recebi=o pela internet e o retransmiti, como nao havia creditos, nao os coloquei, mas o texto é de Rafael Santana, decuple-me a confusao, só agora uma amiga Inez Ferreira me disse que o texta estava publicado com os creditos atribyido a mim. Muito orbigado e um abraco.

    Curtir

  7. Esse Antônio Piber nem se quer Padre é. Cismático da ICAB.
    Só poderia ser um completo desinformado para emitir uma opinião como essa.
    Ainda mais uma cópia mal feita!

    Curtir

    • Não é padre por que? só por que não pertence à igreja católica, apostólica, romana? por favor! Quem detêm a propriedade sobre o adjetivo Padre? Os católicos?

      Curtir

    • Você tb não passa de um fanático..vão ter lutar contra ti tb?! Estão te obrigando a frequentar alguma igreja, seita ou religião?

      Curtir

  8. o texto que sr. publicou não querendo saber de quem seja tem uma certa lógica dependendo de quem ler, quando citam a revista veja as publicações são baseadas em provas, mas nem precisaria, pois somente vendo o statos dos acusados e a conta bancária dos mesmo já os condenariam, os atentados em pauta, independentemente das motivações já são uma aberração, pois se vc não quiser ler ou assitir não o faça,mas não tem o direito de matar indefesos, ataque então já que são muito machos e preparados os quarteis do exercito que poderão responder à altura de seus treinamentos, os comentaristas prós a essa barbária, só o são assim porque não teve nenhum dos seus envolvidos neste absurdo, é muito confortável de seu computador apelar pelos direitos humanos, quando alguns inocente morrem, mas não afeta o autor desta besteira, se fosse ao contrário os comentarios seriam outros, quando uma pessoa ou grupo se sentirem ofendidos por qualquer comentario ou ação, não leia, não assitam ou comentem, fiquem quietos e tentem mudar o que acham errado com palavras, acões e exemplos para que outros possam segui-los e não com demagogia, violência e terrorismo.
    Paulo Cezar

    Curtir

  9. No me imagino que una reacción así pueda venir de los cristianos en oriente. Y las condiciones son las mismas, si no peores.

    Curtir

  10. Hoje, pela manhã, já havia lido este texto. Em um blog chamado “Em tom de mimimi”, que foi divilgado no facebook. Autor Rafael Saldanha
    Antes de reproduzir é crucial checar a fonte, e direcionar para o original através de link. Parece que o texto já esta sendo traduzido… Com a autoria do sr. Leonardo Boff??

    Curtir

  11. é verdade agora temos é que também nos indignar com as mortes e racismo já. tão visíveis no Brasil…hoje a .. liberdade ..postou um menino negro um tubo de vanish e um menino..com uma doença de pele… como antes e depois..sugerindo que o primeiro.assim acho as coisas tem que mudar.. por essas e por outras ..JE NE SUIS Pas CHARLIE..

    Curtir

  12. Caro Leonardo,

    Ao ler este artigo, notei a falta da referência do autor mas, mesmo assim, eu o compartilhei na minha página de FB. Percebi, num segundo momento, que o Sr depois citou o autor: Pe. Antonio Piber e, consequentemente, corrigi também a minha publicação.
    Para minha surpresa, uma pessoa me escreveu e me mandou um link dizendo ter lido um texto semelhante. Fui verificar e, ao que me parece, o autor do outro texto, parece ter se apropriado do texto do padre. Será um equívoco meu? Por favor, queira verificar aqui:

    http://emtomdemimimi.blogspot.com.br/2015/01/je-ne-suis-pas-charlie.html?m=1

    Curtir

  13. Simplesmente esclarecedor, profundo,sistêmico e atual, se não, infelizmente,futurístico. Em nome da tal liberdade desenfreada de expressão, tantas expressões violadoras de direitos vem à tona sem qualquer medição de consequências. Há inúmeros outros casos gritantes de intolerâncias disseminadas tendo como suporte o direito de informar,só que a partir dos valores de quem interpreta os fatos. E o estrago já foi formado. No fundo, no mundo racional versus irracional dos envolvidos, a violência recíproca encontra seu eco de legitimidade,pois por mais absurda que seja, mas se conformam porque entendem estarem agindo corretamente. Onde estamos e onde iremos parar?

    Curtir

  14. “Quanto ao peso que se dá a crimes de natureza terrorista, o que dizer do assassinato de argelinos em Paris, a mando do delegado francês Maurice Papon, em 17/10/1961, quando se manifestava pela independência da Argélia, então colônia da França? Os argelinos foram afogados no rio Sena. Um erro, um crime não justificam outros. Mas são tempos distintos para se ponderar qual foi a comoção, o método, os motivos?” Texto extraído dos comentários de Geraldo Pontes do site:

    http://blogdaboitempo.com.br/2015/01/09/muros-e-silencios-o-ataque-ao-charlie-hebdo-em-perspectiva-ampliada/

    Curtir

  15. O escritor deste artigo, em regra, não representa o meu posicionamento, mas neste artigo foi perfeito. Contudo, tudo que falar sobre defendendo o PT eu não concordo, pois julgo que o referido partido traiu o pais.

    Curtir

  16. Eu não sou terrorista. Eu não sou a favor da pena de morte. Eu não sou muçulmano. Eu não sigo Maomé. Mas também não sou Charlie (Moi aussi, je ne suis pas Charlie)! Não existe NADA de infantil, pueril ou inocente nos desenhos e matérias da Charlie Hebdo: veja por exemplo a blasfema edição de 07 de Novembro de 2012 que estampa a manchete sobre o casamento gay: “O cardeal [católico] Vingt-Trois tem três pais: o Pai, o Filho e o Espírito”. A caricatura da capa representa o Pai, o Filho e o Espírito Santo em plena relação incestuosa – O Espírito Santo sodomizando Jesus que está sodomizando Deus! (…) Somente em nossos dias é que o Senhor poderia ser vilipendiado, zombado e blasfemado; e esse ato aplaudido. Pastor Eliy Barbosa http://eliybarbosa.blogspot.com.br/2015/01/je-ne-suis-pas-charlie-i-am-not-charlie.html

    Curtir

Deixe um comentário