Um novo conceito ecológico: “humanicídio”

https://aterraeredonda.com.br/wp-content/uploads/2020/03/michael.jpgUm novo conceito ecológico: “humanicídio”

Por MICHAEL LÖWY*

O autor deste artigo, Michael Löwy, professor na Sorbone é um sociólogo da religião mas que vai muito além de sua especialidade. É um dos fundadoes do ecosocialismo e um profundo conhecedor da teologia da libertação latino-americana. É autor de vasta obra, de um marxismo límpido e nada escolar, aberto à discussão de questões que tem a ver com o futuro da Terra e o destino da espécie humana. Publicamos aqui este seu artigo que revela especialmente esta sua preocupação, numa lnguagem moderada e sempre cientificamente bem fundada. Considero-o um dos grandes intelectuais públicos a  nivel mundial e também brasileiro pois está sempre acompanhando a situação de nosso país. Leonardo Boff

1.

O Institute and Faculty of Actuaries (IFoA) da Exeter University (Reino Unido) acaba de publicar, em janeiro de 2025, seu novo relatório sobre as mudanças climáticas, “Current climate policies risk catastrophic societal and economic impacts”. Este documento, de indiscutível teor científico, suscitou muitos comentários na imprensa, que se referiam, quase exclusivamente, a uma das previsões do documento: a possibilidade, no pior dos cenários, de que, a partir da década de 2050, o PIB mundial caia para 50% de seu nível atual. Para a grande mídia, o PIB é o único critério que, de fato, conta, a medida de todas as coisas.

Para aqueles que, como o filósofo humanista grego Protágoras (séc. V a.C.), acreditam que “o ser humano é a medida de todas as coisas”, o relatório da Institute and Faculty of Actuaries contém outra informação mil vezes mais importante e preocupante: no pior dos cenários – com temperaturas 3° acima dos níveis pré-industriais – a mortalidade humana poderá atingir a metade da humanidade, cerca de quatro bilhões de pessoas, vítimas da fome, da falta de água, de doenças, de catástrofes “naturais” (incêndios, inundações, etc.) e de conflitos.

O relatório da Institute and Faculty of Actuaries pode ser considerado muito pessimista ou muito otimista, mas dá uma ideia aproximada da ordem de grandeza dos riscos decorrentes das mudanças climáticas. E não em um século: em algumas décadas.

Em direito internacional, conhecemos o conceito de “ecocídio”: a destruição ou o dano irreparável de um ecossistema por um fator antropogênico, especialmente por um processo de superexploração desse ecossistema, intencional ou não (utilizarei a definição da Wikipédia). Também conhecemos muito bem o conceito de genocídio: um crime que consiste na eliminação concreta intencional, total ou parcial, de um grupo nacional, étnico ou religioso enquanto tal.

Penso que é necessário introduzir agora um novo conceito no debate sobre o direito internacional: o “humanicídio”, o extermínio concreto, total ou parcial, da humanidade enquanto tal. É claro que não é intencional: os criminosos não planejam o humanicídio, eles são simplesmente indiferentes às consequências humanas de suas ações. Conduzindo suas práticas de acordo com um único critério – a maximização do lucro –, são eles os responsáveis pelas mudanças climáticas. Quem são eles? A oligarquia fóssil – os formidáveis interesses ligados ao petróleo, ao carvão e ao gás, incluindo não só a exploração dos recursos fósseis, mas também a indústria automobilística, petroquímica e muitos outros ramos da produção capitalista, incluindo os bancos que os financiam, assim como sua expressão política: os governos negacionistas ou inativos.

2.

A associação Attac utiliza o conceito de “criminalidade climática organizada” para se referir aos responsáveis pelas catástrofes climáticas mortais que ocorrem atualmente em todo o mundo. Mas se as previsões da Exeter University se confirmarem, seremos confrontados com um grau de “criminalidade climática” de natureza infinitamente mais grave.

O direito internacional ainda não incorporou o ecocídio, e é pouco provável que o faça em relação ao humanicídio. Entretanto, é urgente agir, aqui e agora, para interromper a corrida rumo ao abismo. O humanicídio não é inevitável, ainda podemos impedi-lo. Mas o tempo está acabando…

*Michae Löwy é diretor de pesquisa em sociologia no Centre nationale de la recherche scientifique (CNRS). Autor, entre outros livros, de Franz Kafka sonhador insubmisso (Editora Cem Cabeças) [https://amzn.to/3VkOlO1]

Die Globalisierung ist nicht von Trump aufzuhalten

         Leonardo Boff

         So sehr der Möchtegern-„Weltherrscher“ Donald Trump „America first“ an die erste Stelle setzt, was im Grunde bedeutet, dass „nur Amerika“ zählt und der Rest nur das Feld seines Expansionismus ist, liegt es nicht in seiner Macht, einen Prozess zu unterbrechen, der sich seiner arroganten Verstellung entzieht. Es ist der unaufhaltsame Prozess der Globalisierung.   

Sie wurde fast ausschließlich als wirtschaftlich-finanzielles Phänomen betrachtet. Es ist das eiserne Zeitalter, wie Edgar Morin sagt. Aber dieser Prozess stellt eine viel grundlegendere, politische, kulturelle und spirituelle Realität dar: eine neue Phase für die Menschheit und für die Erde selbst, die als ein lebender Superorganismus namens Gaia verstanden wird. Sie bildet eine einzige, große und komplexe Einheit mit der Menschheit, wie die Astronauten, die die runde Erde von ihren Raumschiffen aus sahen, bezeugen konnten.

Die Menschheit ist vor etwa 7-8 Millionen Jahren in Afrika entstanden. Unsere Vorfahren blieben dort für etwa 2 Millionen Jahre. Dort wurden die grundlegenden Strukturen, die uns zu Menschen machen, in ihren Köpfen und Herzen gebildet. Daher sind wir alle, Weiße und Schwarze, Westliche und Östliche, alle Afrikaner der Herkunft nach.

         Nach einer langen Zeit begann die große Ausbreitung über die ganze Erde, beginnend in Eurasien und schließlich auf allen Kontinenten. Jetzt gibt es ein neues Phänomen: Diese wandernden Völker machen sich auf den Weg zurück. Sie treffen sich an einem einzigen Ort: auf dem Planeten Erde, der als gemeinsame Heimat und Mutterland verstanden wird. Wie werden sie zusammenleben? Welche Bedeutung werden die eigenen Kulturen der Völker haben? Welche Funktion erfüllen die Nationalstaaten noch?

All diese Realitäten müssen von dieser neuen menschlichen Ebene und dem neuen Zustand des planetarischen Bewusstseins aus, den langsam das allgemeine Bewusstsein übernimmt, neu definiert werden. Das Coronavirus hat dies deutlich gezeigt, da es die nationale Souveränität nicht respektierte und die Erde und die Menschheit in den Mittelpunkt unserer Aufmerksamkeit stellte.

         Diese neue Stufe des anthropogenen Prozesses zeigt uns, dass wir alle ein und dasselbe gemeinsame Schicksal haben. Es verlangt nach einer ihm angemessenen Governance.  Es werden politische Institutionen und Rechtsformen gesucht, die die Führung der irdischen Republik – der bereits 1795 von Kant angedachten „Weltrepublik“ – übernehmen und sich um das gemeinsame Erbe der Biosphäre und der Menschheit kümmern. Bis diese Gremien entstehen, ist es Aufgabe der Staaten, im Geiste der globalen Partnerschaft nach Lösungen für den gesamten Planeten und die Menschheit zu suchen. Er ist in einem eisernen Käfig gefangen – manifest destiny – eine politische Erfindung, um den arroganten Anspruch zu verdecken, die Herren und Meister der Welt zu sein.

Trotz Trumps Leugnung ist es wichtig zu erkennen, dass die Kategorie des Nationalstaats allmählich obsolet wird. Dies zeigt sich im wachsenden Bewusstsein für die planetarische Bürgerschaft – „die Erde ist meine Heimat“ – Bewegungen wie das Weltsozialforum und andere internationale Organisationen, die sich mit Gesundheit und der Erhaltung des gemeinsamen natürlichen und kulturellen Erbes der Menschheit und der Biosphäre befassen, nehmen sie der Sorge um die gemeinsame Zukunft der Erde und der Menschheit an.

         Die Globalisierung hat noch nicht ihren institutionellen Ausdruck gefunden. Sie wird sicherlich ökozentrisch sein. Sie wird nicht dieses oder jenes Land oder diesen oder jenen geopolitischen und wirtschaftlichen Block (eine unipolare oder multipolare Welt), diese oder jene Kultur in den Mittelpunkt stellen, sondern die Ökologie und die Erde, verstanden als ein organisches Makrosystem, dem alle Instanzen dienen und untergeordnet sein müssen. Zu diesem Zentrum gehört die Menschheit, die sich aus Söhnen und Töchtern der Erde zusammensetzt, die Menschheit verstanden als die Erde selbst, die das Stadium des Fühlens, des reflektierenden Denkens, der Verantwortung und der Verliebtheit erreicht hat. Wir sind eine lebendige und bewusste Erde.

         Aus diesen Forderungen wird deutlich, dass alles davon abhängt, die Erde zu schützen und die Bedingungen für ihr Leben und ihre Fortpflanzung zu erhalten. Dieses Anliegen ist jetzt, da wir uns mitten in der globalen Erwärmung und der brutalen Erosion der biologischen Vielfalt befinden, besonders dringend. Wir bewegen uns über das Anthropozän (der menschliche Aggressor) hinaus, gehen durch das Nekrozän (das Aussterben der Arten) und erreichen den Höhepunkt des Pyrozäns (das Feuer der großen Brände). Wir sind wirklich in Gefahr, nicht länger auf diesem Planeten bleiben zu können.

Das Bewusstsein für diese neue Wahrnehmung ist noch weit davon entfernt, kollektiv geteilt zu werden, da das herrschende System immer noch die Illusion einer unbegrenzten Entwicklung/eines unbegrenzten Wachstums (ein immer höheres BIP) inmitten eines kleinen und begrenzten Planeten verfolgt. Wenn wir nicht aufwachen, besteht die Gefahr, die Sigmunt Bauman eine Woche vor seinem Tod anprangerte: „Wir müssen uns solidarisch zeigen, sonst reihen wir uns in die Prozession derer ein, die auf ihr eigenes Grab zusteuern“. Wachen wir auf und vertreiben wir den Alptraum vom möglichen Ende der Spezies aufgrund unserer eigenen Verantwortungslosigkeit. Der Sinn des Lebens ist zu leben, zu strahlen und sich zu verewigen.

Leonardo Boff Autor von: Cuidar da Casa Comum:pistas para protelar o fim do mundo, Vozez 2024

Übersetzung von Bettina Golfdhartnack

La globalización no puede ser frenada por Trump

                  Leonardo Boff*

Por más que Donald Trump, pretendido emperador del mundo, ponga en primer lugar “America first”, que en el fondo quiere decir “solo América” cuenta, siendo el resto solo el campo de su expansionismo, no está en su poder interrumpir un proceso que escapa a su arrogante pretensión. Es el proceso imparable de la globalización.

         Ha sido visto casi exclusivamente como un fenómeno económico-financiero. Es su edad de hierro según Edgar Morin. Pero ese proceso representa una realidad mucho más fundamental, política, cultural, espiritual: una nueva fase de la humanidad y de la propia Tierra, entendida como un superorganismo vivo, llamado Gaia. Ella forma con la humanidad una única, grande y compleja entidad, confirmada por los astronautas que vieron la Tierra redonda desde sus naves espaciales.

         La humanidad surgió hace unos 7-8 millones de años en África. Nuestros antepasados permanecieron allí unos 2 millones de años. Allí se formaron en sus mentes y corazones las estructuras básicas que nos hacen humanos. Por eso  todos, blancos y negros, occidentales y orientales todos somos africanos de origen.

         Después de este largo tiempo, comenzaron su gran dispersión por toda la Tierra, empezando por Eurasia hasta ocupar todos los continentes. Ahora, este es el nuevo fenómeno, estos pueblos migrantes están haciendo el camino de vuelta. Se están encontrando en un único lugar, en el Planeta Tierra, entendido como patria y matria común. ¿Cómo van a vivir juntos? ¿Qué significado tendrán las culturas propias de cada pueblo? ¿Qué función siguen cumpliendo los estados-naciones?

         Habrá que redefinir todas estas realidades a partir de este nuevo nivel humano y del nuevo estado de conciencia planetaria que lentamente va entrando en las conciencias. Se mostró claramente por medio del coronavirus que no respetó las soberanías nacionales y puso la Tierra y la humanidad en el centro de nuestras atenciones.

         Ese nuevo estadio del proceso antropogénico nos revela que todos tenemos un único y mismo destino común. Él requiere una gobernanza que le sea adecuada. Se buscarán instituciones políticas y configuraciones jurídicas que asuman la gobernanza de la república terrenal –Weltrepublik prevista ya en 1795 por Kant– y velarán por el patrimonio común de la biosfera y de la humanidad. Mientras no surjan tales organismos, correspondería a Estados Unidos, dentro de un espíritu de asociación global, buscar soluciones para todo el Planeta y para la humanidad. Irresponsablemente Trump se niega a dar su contribución a lo nuevo que se va a imponer. Está preso en una jaula de hierro –el destino manifiesto– invención política para cubrir la pretensión arrogante de ser los amos y señores del mundo.

         No obstante el negacionismo de Trump, hay que reconocer que la categoría estado-nación se va quedando poco a poco obsoleta. Lo muestra la creciente conciencia de la ciudadanía planetaria –“la Tierra es mi patria”–. Movimientos como el Foro Social Mundial y otras entidades internacionales ligadas a la salud y a la conservación del patrimonio natural y cultural común de la humanidad y de la biosfera, van asumiendo la preocupación por el futuro común de la Tierra y de la humanidad.     

         La globalización no ha encontrado aún su expresión institucional. Será seguramente ecocéntrica. Colocará en el centro no este o aquel país o bloque geopolítico y económico (un mundo unipolar o multipolar), esta o aquella cultura, sino la ecología y la Tierra entendida como un macrosistema orgánico al cual las demás instancias deben servir y estar subordinadas. A ese centro pertenece la humanidad, compuesta por hijos e hijas de la Tierra, la humanidad entendida como la misma Tierra que alcanzó la fase de sentimiento, de pensamiento reflejo, de responsabilidad y de amorización. Somos Tierra viva y consciente.

         A partir de estas demandas nos damos cuenta de que todo depende de la salvaguarda de la Tierra y del mantenimiento de las condiciones de su vida y reproducción. Esa preocupación es urgente especialmente ahora que estamos ya dentro del calentamiento global y de la brutal erosión de la biodiversidad. Estamos yendo más allá del antropoceno (el ser humano agresor), pasando por el necroceno (extinción de las especies) y culminando en el piroceno (el fuego de los grandes incendios). Estamos, verdaderamente en peligro de no tener condiciones para permanecer sobre este planeta.

         La conciencia de esta nueva percepción está todavía muy lejos de ser compartida colectivamente, pues el sistema dominante sigue persiguiendo la ilusión de un desarrollo/crecimiento ilimitado (un PIB cada vez mayor), en el seno de un planeta pequeño y limitado. Si no despertamos ante esta alarma, corremos el peligro, denunciado por Zygmunt Bauman, una semana antes de morir: “tenemos que ser solidarios, en caso contrario engrosaremos el cortejo de los que van hacia su propia sepultura”. Que despertemos y alejemos esa pesadilla de un eventual fin de la especie, por nuestra propia irresponsabilidad. El sentido de la vida es vivir, irradiar y eternizarse.

*Leonardo Boff ha escrito Cuidar de la Casa Común: pistas para retrasar el fin del mundo,

Traducción de María José Gavito Milano

L’età dell’oro nata morta e l’inizio dell’età del ferro

Leonardo Boff

La prima frase di Donald Trump nel suo discorso inaugurale risale alle 12:02 del 20 gennaio 2025: “In questo preciso momento è iniziata l’età dell’oro degli Stati Uniti”. Nel proporre i suoi piani di collocare “l’America al primo posto” (nel senso di solo gli USA) e renderla praticamente padrona del mondo, tutto indica che la presunta età dell’oro finirà nell’età del ferro.

Mai nella storia dei presidenti americani si è vista tanta arroganza, tanto spirito di esclusione e una così chiara volontà di usare il loro enorme potere, soprattutto quello militare, per subordinare tutti i paesi e fare oggetto di appropriazione ciascuna regione del pianeta alla portata degli interessi degli Stati Uniti, nominativamente la Groenlandia, il Canale di Panama, senza escludere il Canada. Nel suo discorso non si è sentito alcun sussurro da parte delle grandi maggioranze povere del mondo, che appena urlano per sopravvivere o non essere morte. Lì nel Campidoglio era presente l’intera “élite dell’arretratezza umanistica del mondo”: i CEO delle Big Tech Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezzos (Amazon), Sundar Pichai (Google) ed Elon Musk (Tesla, SpaceX e X), le grandi fortune oltre gli altri magnati del sistema finanziario mondiale.

Non è stata ascoltata o anche solo menzionata alcuna parola o promessa in merito alla riduzione delle evidenti disuguaglianze sociali sul pianeta, dei numeri sinistri della fame e delle malattie che dilagano tra tutta l’umanità. È stata la proclamazione trionfale del potere per il potere, inteso nella sua forma maligna di dominio e imposizione. Non ci saranno barriere che rappresentino un ostacolo per impedire, in ogni momento, che “l’America non sia al primo posto”. Dichiara esplicitamente che imporrà la pace con la forza. La cecità narcisistica rende Trump un imbecille, dimenticando che questo tipo di pace non è pace, ma, al massimo, una pacificazione. Ciò genererà umiliazione, rancore e volontà di vendetta in coloro che saranno stati pacificati. È la nicchia in cui maturano il terrorismo e l’ondata di attentati, l’unica forza che rimane ai dominati per esprimere il loro rifiuto.

La deportazione forzata di migliaia di immigrati manu militare, l’elevata tassazione dei prodotti importati, soprattutto dalla Cina e raggiungendo il 100% dei paesi BRIC, la negazione delle politiche di costume che proteggevano le persone di altro orientamento sessuale e il matrimonio tra persone dello stesso sesso, sono stati centrali per il suo discorso.

Niente, tuttavia, è più grave del ritiro dal Trattato di Parigi del 2015, con il quale tutte le nazioni si sono impegnate a ridurre le emissioni di gas serra entro il 2030, in modo che il clima della Terra non superasse 1,5 gradi Celsius rispetto all’era preindustriale (1850-1900). ). Non solo ha elogiato, ma ha davvero esaltato l’estrazione di petrolio e gas, facendo degli USA il produttore insuperabile di questa energia fossile, sapendo che, dopo la Cina, gli USA sono il Paese che più inquina l’atmosfera. È scientificamente provato che questo limite è stato ormai già superato in gran parte del pianeta, attestandosi tra 1,5 e 1,6 °C fino a 2 °C. Non stiamo andando verso il verificarsi del riscaldamento globale. Ci siamo già dentro, come dimostrano eventi estremi come le grandi inondazioni nel sud del nostro paese, in Valencia e in molte parti del mondo, le gravi siccità e gli incendi incontrollabili in California, in Amazzonia e nel Pantanal. Molti scienziati riconoscono che la scienza è arrivata tardi. Non è più possibile invertire questo cambiamento sulla Terra, ma solo impedire l’arrivo di eventi estremi e mitigarne i danni.

Ciò che Donald Trump ha fatto, pomposamente, è una DICHIARAZIONE DI GUERRA contro la Terra e contro l’umanità. Se riuscisse nel suo intento di sfruttare ogni fonte di petrolio e di incentivare il ritorno all’uso della benzina nelle automobili a detrimento di quelle elettriche, potrebbe aggravare notevolmente gli eventi estremi come tifoni e tornado tanto frequenti negli USA e in altre parti del pianeta.

Per di più, con l’isolazionismo economico che vuole imporre agli USA, sta distruggendo i ponti che collegavano dolorosamente tutti i Paesi all’interno dell’unica Casa Comune, in un processo irreversibile di planetarizzazione, come la nuova fase della Terra stessa e dell’intera umanità. Dopo migliaia di anni di migrazioni attraverso i continenti, gli uomini tornano a incontrarsi di nuovo in un unico luogo comune: il pianeta Terra, diventato Casa Comune di tutti e delle sue culture. Tutto questo, secondo Trump, deve essere demolito in nome della supremazia assoluta e indiscutibile degli USA sopra tutto e sopra tutti.

Non è improbabile che raggiungeremo un punto di non ritorno e cammineremo incontro non alla presunta età dell’oro, esclusiva degli Stati Uniti e non dell’intera umanità, ma nella direzione dell’ETÀ DEL FERRO con il ritorno a forme meno civilizzate di convivenza tra tutti e di cura e rispetto per la natura. Sarà un fallimento clamoroso imposto all’arroganza di un suprematista bianco e una frustrazione ai sogni di molta umanità che mai ha desistito alla grande utopia di Teilhard de Chardin, di costruire la Noosfera (menti e cuori uniti) o di Papa Francesco, di tutti insieme collaborando per realizzare la fratellanza universale, essendo tutti fratelli e sorelle della natura e tra tutti gli esseri umani.

I sogni di questa natura non muoiono mai. Anche se ridicolizzati o negati, sempre riemergono con più vigore. Essi, pertanto, rappresentano il ​​significato segreto del processo dell’evoluzione giunto fino a noi e che corrisponde ai disegni del Creatore. Non cadiamo nell’illusione di un’età dell’oro, impossibile con i metodi di Donald Trump. Cerchiamo di evitare l’età del ferro o di prepararci ad essa, che fatalmente seguirà l’illusione dell’arrogante presidente degli Stati Uniti.

Leonardo Boff è eco-teologo, filosofo e autore di Cuidar da Casa Comum: pistas para protelar o fim do mundo, Vozez,2024; O doloroso parto da Mãe Terra: uma sociedade de fraternidade sem fronteiras, Vozes 2021.   

(traduzione dal portoghese di Gianni Alioti)