Meine Heimat ist die Erde und die aktuellen Landesgrenzen

         Leonardo Boff               

Wir erleben derzeit einen Konflikt verschiedener Bewusstseinszustände, der die Tiefe der Widersprüche offenbart, die unsere Existenz auf der Erde prägen. Niemand kann leugnen, dass wir Zeugen einer neuen Phase für die Menschheit und die Erde sind: des unaufhaltsamen Prozesses der Planetarisierung. Alle Völker verlassen ihr jahrtausendelanges Exil, angefangen in Afrika, und treffen sich an einem einzigen Ort, in unserem gemeinsamen Zuhause, der Erde. Es ist eine feststehende Tatsache, dass wir auf einem Planeten leben und keinen anderen haben.

Diese Tatsache geht jedoch nicht mit dem notwendigen und notwendigen Bewusstsein einher. Dieses Bewusstsein wäre global. Viele haben sich ihm bereits angeschlossen, aber es ist nicht signifikant. Die große Mehrheit ist sich ihrer Nationalität noch immer bewusst. Die Europäische Union könnte als Beispiel dienen, da sie eine einheitliche Währung und einen für alle Länder gültigen Reisepass geschaffen hat. Nationale Grenzen bilden jedoch nach wie vor den wichtigsten Bezugspunkt. Der Einzige, der vielleicht ein globales Bewusstsein zeigte, war Xi Jinping, als er eine „einheitliche globale Schicksalsgemeinschaft“ vorschlug.

Zwischen den beiden Bewusstseinszuständen besteht ein Spannungsverhältnis: das zeitgenössische Bewusstsein, das behauptet: „Meine Heimat ist die Erde; die Seele kennt keine Grenzen; kein Leben ist fremd.“ Und das andere Bewusstsein, das sich im Prozess der Überwindung befindet und aus dem Westfälischen Frieden von 1648 hervorgeht, der die Grenzen und die Souveränität der Nationen festlegte.

Es ist eine unbestreitbare Tatsache: Das Coronavirus hat die Souveränität der Nationen missachtet. Es überschritt alle Grenzen und betraf den gesamten Planeten. Ähnliches geschah mit der Finanzkrise von 2008, die die Weltwirtschaft über alle Landesgrenzen hinaus betraf.

Wir bewegen uns auf die Schaffung einer globalen Governance zu, ausgehend von der Annahme, dass globale Probleme globale Lösungen erfordern und dass die Erde tatsächlich unser gemeinsames Zuhause darstellt, wie es in der Erd-Charta (2003) und in Papst Franziskus‘ Laudato si: Über die Sorge für unser gemeinsames Zuhause (2015) heißt.

Trotzdem dauern zahllose Territorialkonflikte zwischen Israel und den Palästinensern, zwischen Russland und der Ukraine sowie die Konflikte im Jemen, in Syrien, Myanmar und afrikanischen Ländern wie Nigeria, Sudan, Somalia und Burkina Faso an. All diese tödlichen Konflikte zeugen von einem fehlenden oder eingeschränkten Bewusstsein für die Erde als gemeinsame Heimat. Ausgehend von diesem Bewusstseinsniveau erscheint die ausgrenzende Nationalitätsbehauptung lächerlich und überholt. Heute ist es die extreme Rechte mit ihrem Populismus, die nationale Identitäten gegen den Multikulturalismus verteidigt.

Aufgrund dieses fehlenden globalen Bewusstseins konnte der Generalsekretär der Vereinten Nationen, António Gutérres, im Februar 2023 feststellen: „Die Regierungen tun nicht genug, um das Katastrophenrisikomanagement zu verbessern, wodurch die Menschheit weitgehend unvorbereitet auf das ist, was kommen wird. Der Anstieg des Meeresspiegels droht einen Exodus biblischen Ausmaßes auszulösen.“

Die Aussagen der Astronauten aus ihren Raumschiffen bestätigten einstimmig: Aus unserer Perspektive gibt es keinen Unterschied zwischen der Erde und der Menschheit. Beide bilden eine Einheit. Zu Recht konnten große Kosmologen wie Brian Swimme und Thomas Berry behaupten: Der Mensch ist der Teil der Erde, der in einem fortgeschrittenen Prozess der Komplexität und Verinnerlichung begonnen hat, zu fühlen, zu denken, zu wollen, zu pflegen und zu verehren. In diesem Moment brachen Mann und Frau, Wesen, die all diese Eigenschaften in sich trugen, in den kosmogonen Prozess ein.

Es ist an der Zeit, unser Bewusstsein auf die Erde, unser gemeinsames Zuhause, auszurichten und uns nicht nur als Teil der Erde zu fühlen, sondern auch als Teil, der fühlt, denkt, liebt und sich sorgt. Auf diese Weise hätten wir ein planetarisches Bewusstsein erreicht, das zu einer regenerativen Ethik für die verwundete Erde und einem lang ersehnten Friedensabkommen zwischen allen Völkern fähig ist, innerhalb des einen gemeinsamen Zuhauses, wo die Gesamtheit der Natur und die verschiedenen Kulturen zusammenkommen und sich durch Dialog und Austausch gegenseitig bereichern. Möge Gott es gewähren.

Leonardo Boff Autor von: Como cuidar da Casa comum: como protelar  fim do mundo, Vozes 2024.

Übersetzt von Bettina Gold Harnackt

A erosão da arrogância norte-americana e europeia

Leonardo Boff

       No  momento atual estamos verificando uma feroz competição entre uma visão unipolar  do mundo,sustentada a ferro e fogo, com guerras comerciais e híbridas pelos Estados Unidos sob Donald Trump e pela União Europeia, e outra visão multipolar requerida pelas duas grandes potências, a Rússia e a China, junto com grande parte dos países do Sul Global.

       O que se esconde, subjacente a esta disputa, entre outras tantas razões, é uma imensa arrogância dos EUA e dos países europeus. A arrogância é a famosa hybris dos gregos, vale dizer, a perda da justa medida, a afirmação da extrema autoimportância, a exaltação superestimada de suas qualidades, o desprezo de outros que não sejam como eles ou submetidos a eles. Isso se revela por se considerarem os melhores do mundo, de terem a melhor forma de governo, a democracia, de terem a introduzidos os direitos humanos, a melhor tecnologia, a economia mais poderosa, a força militar mais destrutiva,agora se rearmando de novo, a religião (ou fé) revelada,o cristianismo.Segundo os gregos, a hybris era castigada pelos deuses. E hoje como fica?

       Essa arrogância trouxe conflitos e guerras contra todos os demais, a nível mundial, haja vista o processo de colonização forçada do mundo a partir da Europa do século XVI até as grandes guerras do século XX. Com razão afirmou Samuel P. Huntington em seu discutido livro O Choque de Civilizações e a recomposição da Ordem Mundial  (Objetiva 1997):”É importante reconhecer que a intervenção ocidental nos assuntos de outras civilizações provavelmente constitui a mais perigosa fonte de instabilidade e de um possível conflito global num mundo multi-civilizacional”(p.397). Cabe citar também o historiador Arnold Toynbee, em seus doze volumes Um Estudo da História, nos quais estuda o  nascimento, o crescimento e a queda das civilizações e onde confere centralidade à arrogância  como indício do ocaso de inteiras civilizações.

       Ultimamente o conhecido economista e ecólogo Jeffrey Sachs da Universidade de Columbia tem afirmado a um jornalista brasileiro (Leonardo Sobreira:Brasil 247 de 6/9/25):”Os EUA sofreram de uma ilusão de que liderariam o mundo sozinhos. A Europa também sofre da mesma arrogância…Não apenas os EUA estão sozinhos, mas eles não mandam mais. Estamos observando o fim de um longo processo histórico. E a arrogância não é apenas nos EUA, como também na Europa… A mentalidade é de arrogância continuada”.

       Trump se julga o “imperador do mundo” (Lula), põe e dispõe como lhe dá na veneta. Destrói  hábitos democráticos tradicionais dos EUA e com sua guerra comercial (ameaçando com outra real que seria final) tem se inimizando com quase todo o mundo, até com seus aliados mais fiéis como os europeus e sul-coreanos. Arrogante, não negocia, não discute, simplesmente impõe suas medidas, como o fez com o Brasil.

       O fato, constatado pelos melhores analistas da geopolítica mundial, é que o tempo da dominação norte-americana está em franca erosão. Pior ainda, tal fato comparece na União Europeia que deveria se envergonhar por se portar contra toda a sua tradição civilizatória e humanística, ao apoiar a guerra implacável que o Israel de Netanyhau está levando contra a Faixa de Gaza. São milhares de mortos e dezenas de crianças inocentes, num verdadeiro genocídio a céu aberto. Os europeus são colocados de escanteio porque Trump se dá conta da erosão acelerada daquela envelhecida e arrogante civilização.

       A potência mais emergente que, provavelmente, definirá o futuro próximo, é a China com uma proposta, nada arrogante  mas sensata, de um mundo com um destino comum partilhado, respeitando a ordenação das Nações Unidas, fundada na abertura comercial e na não intervenção nos assuntos internos de outros países.

       Em dois livros tratei desta questão da arrogância que vem sob o nome mais genérico de “falta da justa medida”, valor presente em todas as éticas das civilizações de que temos notícia. A desmesura e o rompimento da justa medida é o estopim que incendeia o processo de decadência de uma cultura, de um projeto social ou de um comportamento pessoal.

       O que predomina no mundo, digamos o nome, é o sistema do capital ou como preferem, a economia de mercado, (quase toda financeirizada) que denuncia completa falta de medida, exemplificada pelos arrogantes das Big Techs, um dos quais já sonha, arrogantemente, com uma acumulação pessoal de um trilhão de dólares.

       Por este caminho de ilimitada arrogância, associada à uma abissal desumanidade e falta  completa de sensibilidade para com os outros, nos acercaremos de um abismo. Como advertia Sigmunt Bauman, pouco antes de falecer: “Engrossaremos o cortejo daqueles que rumam na direção de sua própria sepultura”. Isso não pode acontecer.

       Nossa confiança e nosso esperançar nos alentam a afirmar a supremacia do espírito (com sua espiritualidade natural) contra a barbárie. Ele se dará conta de seus desvios e de suas errâncias. Poderá definir um caminho que nos conserve ainda sobre este belo planeta. E nos garanta ainda um futuro no qual não seja tão frequente a arrogância, mas floresça o cuidado pela Casa Comum e a amorosidade entre todos os humanos.

Leonardo Boff escreveu A busca da justa medida: como equilibrar o planeta Terra (2 vol), Vozes 2023.

Mi patria es la Tierra, y las actuales fronteras nacionales

Leonardo Boff*

Estamos viviendo actualmente un choque de estados de conciencia que revelan el nivel de contradicciones que afectan a nuestra existencia en la Tierra. Nadie puede negar que cestamos ante una nueva fase de la humanidad y de la Tierra: el irrefrenable proceso de la planetización.Todos los pueblos están dejando su exilio milenario, a partir de África, y se están encontrando en un único lugar, en la Casa Común, la Tierra. Es un hecho comprobado que vivimos en un único planeta y no tenemos otro.

       Este hecho, sin embargo, no va acompañado de su natural y debida conciencia. Esta debería ser planetaria. Muchos han entrado ya en ella, pero no es significativo. La gran mayoría todavía tiene conciencia de sus nacionalidades. La Unión Europea podría servir de ejemplo al haber creado una moneda única y un pasaporte válido para todos los países de la Unión; sin embargo, las fronteras nacionales aún siguen siendo la referencia mayor. El único que tal vez ha mostrado una conciencia planetaria habría sido Xi Jinping al sugerir una “única comunidad global de destino”.

       Están en tensión estas dos conciencias, la contemporánea que sustenta “Mi patria es la Tierra; el alma no tiene fronteras; ninguna vida es extranjera”. Y la otra, en vías de superación, proveniente del Tratado de Westfalia de 1648 que estableció los límites y la soberanía de las naciones.

Es un hecho incontestable que el coronavirus no respetó la soberanía de las naciones. Traspasó todas las fronteras y afectó a todo el planeta. Con la crisis financiera de 2008 ocurrió algo parecido, afligió a las economías mundiales más allá de cualquier frontera nacional.

       Estamos caminando hacia la constitución de una gobernanza global, dado que los problemas globales demandan soluciones globales y que la Tierra es realmente nuestra Casa Común, como lo ha afirmado la Carta de la Tierra (2003) y la encíclica del Papa Francisco Laudato sì: sobre cómo cuidar de la Casa Común (2015).

A pesar de esto, existen innumerables conflictos territoriales entre Israel y Palestina, entre Rusia y Ucrania, el conflicto en Yemen, en Siria, en Mianmar, en los países africanos como en Nigeria, Sudán, Somalia, Burkina Faso. Todos ellos conflictos de gran letalidad muestran que no existe o es escasa la conciencia de la Tierra como Casa Común. A partir de este nivel de conciencia se vuelve ridícula y fuera de tiempo la afirmación excluyente de las nacionalidades. Hoy es la extrema derecha con su populismo quien reafirma las identidades nacionales frente al multiculturalismo.

       Debido a la ausencia de esta conciencia planetaria el Secretario General de la ONU, António Gutérrez, podía afirmar en febrero de 2023: “Los gobiernos no hacen lo suficiente para mejorar la gestión de riesgos de desastres, lo que deja a la humanidad sin preparación para lo que está por venir. El aumento el nivel del mar amenaza com provocar un éxodo de proporciones bíblicas”.

       Desde sus naves espaciales los astronautas afirmaron unánimemente: desde nuestra perspectiva no hay diferencia entre Tierra y Humanidad. Ambas forman una única cosa. Con razón grandes cosmólogos como Brian Swimme y Thomas Berry han podido afirmar: el ser humano es esa porción de la Tierra que en un avanzado proceso de complejización y de interiorización comenzó a  sentir, a pensar, a querer, a cuidar y a venerar. Fue entonces cuando irrumpieron en el proceso cosmogénico el hombre y la mujer, seres portadores de todas estas características.

       Ha llegado la hora de hora de armonizar el paso de nuestra  conciencia con el curso de la Tierra, Casa Común, y sentirnos de hecho no solo parte de la Tierra sino la parte de ella que siente, piensa, ama y cuida. Así tendríamos alcanzado la conciencia planetaria, capaz de una ética regeneradora de la Tierra herida y de un acuerdo de paz entre todos los pueblos, siempre ansiado, dentro de la única Casa Común. En ella estará la totalidad de la naturaleza y los diferentes mundos culturales enriqueciéndose mutuamente mediante el diálogo y los intercambios. Así lo quiera Dios.

*Leonardo Boff ha escrito Cómo cuidar de la Casa común: cómo retrasar el fin del mundo, Vozes 2024.

Traducción de MªJosé Gavito Milano

Globale ethische Bewertung für COP30

                     Leonardo Boff

Die COP30-Präsidentschaft und der Global Ethical Stocktake Circle haben gemeinsam mit der Earth Charter Global Movement eine offene Einladung an alle interessierten Parteien gerichtet, zum Global Ethical Stocktake (GES) beizutragen.

Daher möchte ich als Mitglied der Earth Charter International auf die Fragen der COP30-Präsidentschaft antworten. Ich betrachte die Earth Charter und die Enzyklika von Papst Franziskus „Wie wir für unser gemeinsames Zuhause sorgen“ als inspirierende Quellen für ein globales Ethos in unseren turbulenten Zeiten.

Fragen / Antworten:

1. Warum leugnen oder ignorieren wir so oft, was die Wissenschaft und das traditionelle Wissen über die Klimakrise sagen, und verbreiten oder dulden Fehlinformationen, obwohl wir wissen, dass Leben in Gefahr sind?

Desinformation ist freiwillig. Viele Staatsoberhäupter und Vorstandsvorsitzende großer Unternehmen sind sich der Risiken bewusst, denn sie sind präsent und unbestreitbar, wie die globale Erwärmung, die zerstörerischen Überschwemmungen ganzer Städte, die riesigen Brände in Kalifornien, im Amazonasgebiet und in Spanien sowie das Auftreten verschiedener Viren, insbesondere des Coronavirus, von dem die gesamte Menschheit betroffen ist.

Sie leugnen diese eindeutigen Daten, weil sie antisystemisch sind. Das System des heutigen globalisierten Kapitals ist zunehmend konzentriert (1 % gegenüber 99 %). Würde man diese Daten ernst nehmen, müsste das Kapital seine Logik ändern, die Natur schützen, anstatt sie auszubeuten, und soziale und ökologische Gerechtigkeit fördern. Es reicht nicht aus, zu dekarbonisieren und gleichzeitig die Gier nach Akkumulation aufrechtzuerhalten. Wie die Erd-Charta feststellt: „Schaffen Sie Produktions- und Konsummuster, die die Regenerationsfähigkeit der Erde, die Menschenrechte und das Wohlergehen der Gemeinschaft schützen“ (§ II, 7). Dieses unmenschliche und unsolidarische System wird seine Vorteile und Privilegien niemals aufgeben. Wenn wir der Logik des Kapitals folgen, werden wir früher oder später auf eine große ökologisch-soziale Tragödie stoßen, die die Biosphäre und letztlich das Überleben der Menschheit auf diesem Planeten gefährden könnte, der, so begrenzt er auch ist, kein Projekt unbegrenzten Wachstums und unbegrenzter Entwicklung unterstützen kann.

2. Warum halten wir an Produktions- und Konsummodellen fest, die den Schwächsten schaden und nicht mit der 1,5-°C-Mission im Einklang stehen?

Es liegt nicht im Interesse des vorherrschenden Produktionssystems, Natur und Arbeiter übermäßig auszubeuten, da dies einen Paradigmenwechsel vom Akkumulationsparadigma hin zu einem Paradigma bedeuten würde, das alles Leben, sowohl menschliches als auch natürliches, erhält (CT § I). Vertreter dieses Systems stellen Profit über Leben, Gewalt gegen Natur und Menschen und Wettbewerb über Frieden und Zusammenarbeit. Sie sind sich der wissenschaftlich bewiesenen Tatsache der „Geistesverwandtschaft mit allem Leben“ (CT § Präambel c) nicht bewusst. Dieses System verhindert „soziale und wirtschaftliche Gerechtigkeit und die Beseitigung der Armut als ethisches, soziales und ökologisches Gebot“ (CT III § 9). Es leugnet seinen Platz im Ganzen der Lebewesen, da alle wichtig sind, um das Ganze zu bilden. Das Akkumulationssystem, ob kapitalistisch oder nicht, widerspricht der Logik der Natur und dem Prozess der Kosmogenese, da „alle Lebewesen mit Respekt und Rücksicht behandelt werden müssen“ (CT § III, 15), was es jedoch nicht tut. Darin liegt Ihre ethische Lücke.

3. Was können wir tun, um sicherzustellen, dass die reichen Länder, die große Produzenten und Verbraucher fossiler Brennstoffe sind, ihren Wandel beschleunigen und zur Finanzierung dieser Maßnahmen in den am stärksten gefährdeten Ländern beitragen?

Wir müssen die Empörung über dieses System, das so viele Opfer fordert, fördern. Wir müssen den Mut haben, jede Form von Druck auf dieses tödliche System auszuüben und uns für dessen Veränderung einsetzen. Wir müssen Bewegungen nutzen, die „sich mit Verständnis, Mitgefühl und Liebe um die Lebensgemeinschaft kümmern“ (CT § I, 2), und Druck auf Staaten und Unternehmen ausüben. Wir müssen wissen, wie wir bestehende Gesetze nutzen können, um die Umwelt zu schützen und die Konzentration von Reichtum zu begrenzen. All dies wurde dank des Drucks von unten erreicht. Aber Empörung und Druck reichen nicht aus. Wir müssen mit etwas Neuem und Alternativem beginnen. Der direkteste und erfolgreichste Weg ist, Bioregionalismus zu leben und zu fördern. Wir müssen die Region und das Territorium wertschätzen. Nicht solche, die durch willkürlich von Staaten gezogene Grenzen geschaffen wurden, wie etwa Gemeinden. Wir müssen die Region so annehmen, wie die Natur sie geschaffen hat, mit ihren Wäldern, ihren Flüssen, ihren Bergen – kurz gesagt, ihrer Natur und den Menschen, die dort leben. Es hat seine eigene einzigartige Kultur, seine Feste und seine bemerkenswerten Persönlichkeiten, die dort lebten: „Es geht um den Schutz und die Wiederherstellung der ökologischen Strukturen der Erde unter besonderer Berücksichtigung der biologischen Vielfalt und der lebenserhaltenden Prozesse“ (GK § II, 5). Eine Produktionsweise kann mit lokalen natürlichen Gütern und Dienstleistungen erreicht werden, ohne dass große Fabriken oder umfangreiche Transportwege erforderlich sind. Man nimmt der Natur, was benötigt wird, respektiert ihre Rhythmen und gibt ihr Zeit zur Erholung (§ 2 Nummer II: Ökologische Integrität). Es ist möglich und machbar, „demokratische Gesellschaften aufzubauen, die gerecht, partizipativ und friedlich sind“ (GK § I, 3), wodurch die Armut deutlich reduziert und sogar überwunden wird. Im Mittelpunkt steht die menschliche Lebensgemeinschaft, und alles andere dient diesem Zentrum. Das Ergebnis ist die Verwirklichung einer nachhaltigen Lebensweise, wie sie in der Erd-Charta (§ Der Weg nach vorn) festgelegt ist, und deren nachhaltige Entwicklung, die der jeweiligen Region angemessen ist. Heute leben unzählige Regionen der Welt dieses Projekt mit großer Integration aller. Die gesamte Erde könnte wie ein Teppich aus Bioregionen sein, die miteinander in Beziehung stehen und sich gegenseitig helfen, wodurch die Nachhaltigkeit des gesamten Planeten Erde gesichert würde.

4. Welche Traditionen, Geschichten oder Praktiken (kulturell, spirituell) in Ihrer Gemeinde lehren uns, in größerem Einklang mit der Natur zu leben?

Viele Städte forsten ihre Straßen und Plätze mit einheimischen Pflanzen auf. Andere führen Kampagnen durch, um degradierte Gebiete aufzuforsten oder um Flüsse von Abfällen, insbesondere von Plastik- und anderen Abfällen, zu befreien, um sicherzustellen, dass alle Flüsse und Bäche eine Ufervegetation haben, um die agrarökologische Landwirtschaft auf dem Lande und den Anbau von Gemüse und anderen Naturprodukten auf den Flächen zwischen den Gebäuden oder auf den Dächern zu fördern. Außerdem wird ein freundschaftliches Verhältnis zwischen den Verbrauchern in der Stadt und den Erzeugern auf dem Lande geschaffen, die sich gegenseitig besuchen und ihr Wissen austauschen. So entsteht eine echte Demokratie der Produktion und des Konsums.

5. Wie können wir in Anbetracht der Tatsache, dass wir die Vielfalt im Kollektiv garantieren müssen, mehr Menschen, Führungspersönlichkeiten, Unternehmen, Firmen und Nationen mobilisieren, um faire und ethische Veränderungen im Kampf gegen die Klimakrise zu unterstützen? Welche Ideen und Werte könnten uns bei dieser Aufgabe inspirieren?

Erstens ist es wichtig, alle Informationen über den Zustand der Erde und die drohenden Bedrohungen, die die Biosphäre und die menschliche Existenz gefährden könnten, zu teilen. Dabei ist es wichtig, Daten zum Earth Overshoot bereitzustellen – also wie viel Land und Meer wir benötigen, um den Lebensunterhalt der Menschheit zu sichern. Es wurde festgestellt, dass die Erde ins Minus geraten ist. In den ersten sieben Monaten des Jahres 2024 werden wir alle erneuerbaren Güter und Dienstleistungen der Erde, die das Leben erhalten, verbraucht haben. Wir benötigen derzeit fast zwei Erden, um den menschlichen Konsum zu decken, insbesondere den verschwenderischen Konsum der reichen Länder, zum Nachteil eines großen Teils der Menschheit, dem es an ausreichender Nahrung, Trinkwasser und sanitärer Infrastruktur mangelt (CT § III, 10). Allein im Jahr 2024 haben wir 40 Milliarden Tonnen CO² in die Atmosphäre freigesetzt, die dort hundert Jahre lang verbleiben, sowie 20 Milliarden Tonnen Methan, das 28-mal schädlicher ist als CO², obwohl es etwa 10 Jahre in der Atmosphäre verbleibt. All diese Verschmutzung erzeugt einen Treibhauseffekt, der den Planeten immer weiter aufheizt. Mittlerweile hat er die tolerierbare Marke von 1,5 °C überschritten. Im Jahr 2025 liegt er bei 1,7 °C und damit über dem im Pariser Abkommen von 2015 festgelegten Ziel. Dieses Abkommen sah vor, diesen Wert erst bis 20230 zu erreichen. Die Hitze war vorhersehbar und hatte schwerwiegende Folgen für die Menschheit: In europäischen Ländern stiegen die Temperaturen auf über 40–45 °C, in den Ländern des globalen Südens auf bittere Kälte. Die Wissenschaft kam zu spät und kann diese Erwärmung weder aufhalten noch umkehren, sondern nur vor ihrem Eintreffen warnen und ihre schädlichen Auswirkungen mildern. Wann wird sich die Erde auf ihrem neuen Klimaniveau stabilisieren? Bei 38–40 °C werden sich viele Lebewesen nicht anpassen können und verschwinden, sowohl in der Natur als auch in der Menschheit. Einen möglichen Atomkrieg mit „gegenseitig zugesicherter Zerstörung“, der das menschliche Leben beenden würde, denken wir noch nicht einmal daran. Oder eine andere Art von Krieg mit künstlicher Intelligenz, mit der eine Macht die andere so lahmlegen kann, dass nichts mehr funktioniert: Energie, Autos, Flugzeuge, Raketen und Kommunikationsmittel, bis hin zur völligen Auslöschung der anderen Nation. Dieser Krieg ist nicht unmöglich. Er zerstört nichts, aber er unterwirft eine ganze Nation oder die gesamte Menschheit – ein kybernetischer Despotismus, der alles kontrollieren würde, sogar die Privatsphäre. Autonome KI könnte entscheiden, dass die menschliche Spezies ihr nicht mehr nützlich ist, und beschließen, das Leben auf der Erde auszulöschen.

Dieses düstere Szenario veranlasst uns, ein neues Paradigma zu postulieren, das von der Erd-Charta und den beiden Enzykliken von Papst Franziskus vorgeschlagen wird: Laudato Si: über die Sorge für unser gemeinsames Haus (2015) und Fratelli tutti (2020). Dies wird in der Erd-Charta klar zum Ausdruck gebracht:

„Wir befinden uns in einem kritischen Moment in der Geschichte der Erde, in einer Zeit, in der die Menschheit über ihre Zukunft entscheiden muss… Unsere Wahl ist, entweder eine globale Allianz zu bilden, um für die Erde und für einander zu sorgen, oder unsere Zerstörung und die Zerstörung der Vielfalt des Lebens zu riskieren“ (2003, Präambel), Oder Papst Franziskus:

„Wir sitzen alle im selben Boot: Keiner wird allein gerettet, entweder wir retten uns alle oder wir gehen alle zugrunde“ (Fratelli, Nr. 34)

Die Erd-Charta ruft zu Respekt und Fürsorge für alles, was existiert und lebt, und zu universeller Verantwortung auf (§I,1). Der Papst weist auf den Wechsel vom dominus – dem Paradigma der Moderne und in der Welt vorherrschend – des Menschen als Besitzer und Herr der Natur, ohne sich als Teil von ihr zu fühlen, zum frater – dem Menschen als Bruder und Schwester mit allen Wesen. Da alle aus dem gleichen Staub der Erde stammen, alle den gleichen biologischen Grundcode haben (die 20 Aminosäuren und die 4 Stickstoffbasen), fühlt sich der Mensch als Teil der Natur, nicht als ihr Herr und Meister, und seine Aufgabe ist es, den Garten Eden (die Erde) zu hüten und zu bewahren. Die universale Geschwisterlichkeit muss vor allem zwischen allen Menschen bestehen und die große menschliche und irdische Gemeinschaft bilden” (Fratelli tutti, Nr. 6).

Dies wäre das neue Paradigma. Im Mittelpunkt stünde das Leben in seiner ganzen Vielfalt. Die Wirtschaft, die Politik und die Kultur im Dienste des Lebens.

Es ist wichtig zu betonen, dass eine Ethik der Fürsorge, der allgemeinen Verantwortung und der universellen Geschwisterlichkeit ohne natürliche Spiritualität nicht gewährleistet werden kann. Diese leitet sich nicht direkt aus der Religion ab, auch wenn sie diese verstärken kann, sondern aus der menschlichen Natur selbst. Diese natürliche Spiritualität ist ebenso Teil der menschlichen Natur wie Intelligenz, Wille und Sensibilität. Sie offenbart sich durch bedingungslose Liebe, Solidarität, Einfühlungsvermögen, Mitgefühl, Fürsorge und Ehrfurcht vor der Gesamtheit der Natur und des Universums und dem Schöpfer aller Dinge. Es ist die Erfahrung der natürlichen Spiritualität mit ihren Werten, die das ethische Verhalten unterstützen, das zum Schutz des Lebens auf der Erde notwendig ist.

Nur dieses neue Paradigma kann die Zukunft des Lebens im Allgemeinen, des menschlichen Lebens und seiner Zivilisation garantieren. Aber wie die Erd-Charta sagt: „Unsere ökologischen, wirtschaftlichen, politischen, sozialen und spirituellen Herausforderungen sind miteinander verbunden, und gemeinsam können wir umfassende Lösungen erarbeiten“ (CT§ Präambel c). Darin liegt die Lösung für unsere planetarische Krise. Deshalb besteht die Hoffnung, dass die Menschen ihren Kurs ändern und eine neue Etappe des menschlichen Abenteuers auf dem Planeten Erde einläuten können.

Leonardo Boff

(übersetzt von Bettina Gold-Hartnack)