‘Nova Encíclica do Papa Francisco é revolução de paradigma que deve começar pela base’

O papa Francisco denunciou as desigualdades e o “vírus do individualismo” em sua nova encíclica, com o título “Fratelli tutti” (Todos irmãos) divulgada no último domingo, na qual pede o fim “do dogma neoliberal” e defende a fraternidade “com atos e não apenas com palavras”. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o Padre Júlio Lancelotti e o teólogo Leonardo Boff afirmaram que a nova encíclica do Papa Francisco é revolucionária e deve começar pela base.

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ENTREVISTA – Entre o caos e a ordem

Publicado em 4 de outubro de 2020.
Edição: Fernanda Schimidt; Reportagem: Rodrigo Bertolotto

Leonardo Boff vê o homem espalhando morte pelo planeta, mas é otimista na transição para um futuro melhor

Leonardo Boff já foi frade, padre, teólogo, filósofo, ecólogo. Hoje, com 81 anos de idade e mais de 100 livros publicados, ele se define como pensador. Expulso da hierarquia católica por sua defesa da teologia da libertação, ele continuou sua profissão de fé, aproximando-se cada vez mais dos pobres e das minorias, além de abraçar o ecumenismo e o ambientalismo.

Sua análise da atualidade, que ele chama de necroceno (uma idade geológica em que homem está espalhando a morte pelo planeta), aponta para um período de transição. “Houve a globalização da economia, mas não se globalizou a solidariedade e a cooperação. Isto ficou patente com a pandemia. Cada país se defende por si e como pode”, sentenciou o teólogo que vive em Petrópolis (RJ).

Para ele, enquanto a humanidade não completar esse ciclo, vão surgir líderes nacionalistas reacionários que vão vender uma segurança enganosa de volta ao passado. Na turbulência dessas crises, “parece que tudo vacila, as coisas já não valem como valiam, não há limites e respeito, inclusive aos direitos humanos”.

Boff também critica as igrejas neopentecostais, suas teologias da prosperidade e seu fundamentalismo religioso. “Enchem grandes salões, mas não criam comunidades nem consciência crítica face à própria realidade em que vivem de pobreza e marginalidade”, critica.

De qualquer forma, Boff acredita em um final feliz depois de tanta tensão. “Sou otimista. A lógica do universo se constrói sempre entre o caos e a ordem. E a ordem prevalece. Deus criou todas as coisas com amor. Não creio que Ele nos deixará perecer de forma tão miserável. A vida chama a vida. E viver é realizar a alegre celebração da vida.”

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Leonardo Boff vê o homem espalhando morte pelo planeta, mas é otimista na transição para um futuro melhor
Rodrigo Berlotto de Ecoa

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