Formas de se viver o cristianismo hoje

                                Leonardo Boff

Os grandes analistas da história nos confirmaram que já há um século vivemos uma fase nova do espírito de nossa cultura. É a fase da secularização. Com isso se quer significar que o eixo estruturador da sociedade moderna não reside mais no mundo religioso, mas na autonomia das realidades terrestres, no mundo secular. Daí falar-se em secularização. Isso não significa negar Deus, mas apenas que Ele não representa mais o fator de coesão social.Em seu lugar entra a razão, os direitos humanos, o processo de desenvolvimento científico que se traduz numa operação técnica, produtora de bens materiais e o contrato social.

Não cabe aqui discutir os avatares desse processo. Cabe assinalar as transformações que trouxe para o campo religioso, nomeadamente, pelo cristianismo de versão romano-católica.

Havia um descompasso enorme entre os valores da modernidade secularizada (democracia, direitos humanos,liberdade de consciência, diálogo entre as igrejas e religiões etc) e o catolicismo tradicional. Essa desconexão foi superada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) no  qual a Igreja hierárquica procurou acertar o passo que veio sob o nome de aggiornamento, pôr em dia o caminhar da Igreja com o caminhar do mundo moderno.

O transfundo de todos os textos conciliares era o mundo desenvolvido moderno. Na América Latina, nas várias conferências episcopais, se procurou assumir as visões do Vaticano II no contexto do mundo subdesenvolvido, coisa praticamente ausente nos textos conciliares. Daí nasceu uma leitura libertadora, pois se entendeu o subdesenvolvimento como desenvolvimento da pobreza e da miséria, portanto, da opressão que demanda libertação. Aqui se encontram as raízes da Teologia da Libertação que tem por base a prática das Igrejas, empenhadas na superação da pobreza e da miséria, a partir dos valores da prática de Jesus e dos profetas.

O processo de secularização trouxe à luz algumas formas de se viver a mensagem cristã no continente latino-americano e brasileiro.

A primeira é o cristianismo oficial e tradicional. É aquele trazido no contexto da colonização e significou um transplante do cristianismo europeu, vigente até os dias de hoje: com sua doutrina, seus dogmas,seus sacramentos, ritos, santos e santas e festas. A referência maior é a missa e a adesão irrestrita aos ensinamentos oficiais do magistério. Dos mais de 70% de católicos, são apenas 5% que frequentam as missa.

Há uma forma que chamaríamos de um cristianismo cultural, que desde a colonização impregnou a sociedade. As pessoas respiram o cristianismo cujo eixo central são os valores humanísticos de respeito aos direitos humanos,de cuidado dos pobres, mesmo sob a forma de assistencialismo e paternalismo, a aceitação da democracia e a convivência pacífica com outras igrejas ou caminhos espirituais. Não negam o valor da Igreja mas ela não é uma referência existencial. Seja porque não renovou substancialmente sua estrutura clerical-hierárquica, com parca participação dos leigos nas decisões pastorais: sua linguagem doutrinária e seus símbolos herdados do passado.

Há um outro tipo de cristianismo de compromisso. Trata-se de pessoas que, ligadas à Igreja hierárquica, assumem a sua fé em suas expressões sociais e políticas. A referência maior não é a Igreja institucional mas a categoria do Jesus histórico, do Reino de Deus. O Reino não é um espaço físico nem se assemelha aos reis deste mundo. É uma metáfora para uma revolução absoluta que implica novas relações individuais – a conversão -sociais- relação de fraternidade, ecológicas -guardar e cuidar do Jardim do Éden, vale dizer da Terra viva e por fim, uma nova relação religiosa – uma total abertura a Deus, tido como Abba-paizinho querido, cheio de amor e misericórdia. Estes cristãos criaram seus movimentos como a JUC, a JEC, o Movimento Fé e Política, a Economia de Francisco e Clara e outros.O Reino se realiza em todos lugares onde se vivem os valores presentes na tradição de Jesus. O Espírito Santo chega antes do missionário.

Há uma outra forma de se viver o Cristianismo, sem se referir conscientemente a ele, um cristianismo secularizado. Trata-se de pessoas que podem se qualificar como  agnósticas ou como ateias ou simplesmente sem se auto-definir. Mas seguem um caminho ético de centralidade ao amor, de fidelidade à verdade, de respeito a todas as pessoas sem discriminação, preocupação para com os empobrecidos e de cuidado com o Criado e outros valores humanísticos.

Ora, estes valores são os conteúdos da pregação do Jesus histórico. Como se lê nos quatro evangelhos, ele sempre esteve ao lado da vida e daqueles que menos vida têm, curando-os, compadecendo-se deles, tomando partido das mulheres, contra a tradição extremamente patriarcal da época, e convocando para uma abertura irrestrita a todos, chegando a afirmar que “quem vem a mim eu não mandarei embora”(Jo 6,37). No evangelho de São Mateus (25,41-46) que podemos denominar como o evangelho dos ateus se diz que quem “atendeu a um faminto ou sedento, peregrino ou enfermo ou na cadeia….foi a mim que o fizeste”(v.45).

Portando, para viver o cristianismo é preciso viver o amor, ter compaixão e sentir a dor outro. Quem não vive estes valores, por mais piedoso que seja, está longe do Cristo e suas preces não chegam a Deus.

São João em suas epístolas enfatiza:”Deus é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele”(1Jo 4,16). Num outro lugar afirma: “quem pratica o bem é de Deus”(3Jo 1,11). Quem tem o amor tem tudo e seu caminho  aponta para a Deus em sua natureza íntima.

Aqui se realiza o que dizia,o grande teólogo alemão que participou da resistência ao nazismo e de um atentado frustrado a Hitler, Dietrich Bonhöffer,enforcado a 29 de abril de 1945: “viver como se Deus não existisse”( etsi Deus non daretur). Mas viver aquele modo de vida no amor e na fidelidade à vida, à semelhança do Justo e Santo de Nazaré.

Talvez hoje a grande maioria no nosso país e no mundo inteiro vive esse tipo de vida que, no dialeto cristão, chamaríamos de um cristianismo anônimo e secularizado. O importante não é o nome mas o tipo de vida que se vive, no amor, na compaixão e na abertura a todos.Estimo que esta foi a vontade originária de Jesus de Nazaré,morto e ressuscitado, pois ele veio antes de tudo a nos ensinar a viver.

Leonardo Boff escreveu O Cristianismo mínimo, Vozes 2011; Saudade de Deus: a força dos pequenos, Vozes 2012; A amorosidade de Deus-Abba e Jesus de Nazaré, Vozes 2023.

Publicidade

Come appare Dio nella nuova visione dell’universo

Leonardo Boff

Questa domanda su Dio all’interno della visione moderna del mondo (cosmogenesi) sorge quando ci chiediamo: cosa c’era prima del prima e prima del big bang? Chi ha dato l’impulso iniziale alla comparsa di quel puntino, più piccolo della capocchia di uno spillo poi esploso? Chi sostiene l’universo nel suo insieme per continuare ad esistere ed espandersi così come ciascuno degli esseri esistenti in esso, incluso l’essere umano?

Il niente? Ma dal nulla non arriva mai nulla. Se, nonostante ciò, sono comparsi degli esseri, è segno che Qualcuno o Qualcosa li ha chiamati all’esistenza e li sostiene permanentemente.

Quello che si può ragionevolmente dire senza formulare subito una risposta teologica è: prima del big bang esisteva l’Inconoscibile e prevaleva il Mistero. Su il Mistero e l’Inconoscibile, per definizione, non si può dire letteralmente nulla. Per loro natura, il Mistero e l’Inconoscibile sono prima delle parole, prima dell’energia, della materia, dello spazio, del tempo e del pensiero.

Ora, si dà il caso che il Mistero e l’Inconoscibile siano precisamente i nomi con cui le religioni, compresa quella giudaico-cristiana, descrivono il significato di Dio. Dio è sempre Mistero e Inconoscibile. Davanti a lui, il silenzio vale più della parola. Tuttavia, Egli può essere intuito dalla ragione riverente e sentito dal cuore infiammato. Seguendo Pascal, direi: credere in Dio non è pensare Dio, ma sentirlo dalla totalità del nostro essere. Egli emerge come una Presenza che riempie l’universo, si manifesta come entusiasmo in noi (in greco: avere un Dio dentro) e suscita in noi il sentimento di grandezza, di maestà, di rispetto e di venerazione. Questa percezione è tipica degli esseri umani. Essa è innegabile, poco importa se qualcuno è religioso o no.

Collocati tra il cielo e la terra, contemplando le miriadi di stelle, tratteniamo il respiro e siamo pieni di riverenza. Naturalmente, ci sorgono le domande:

Chi ha fatto tutto questo? Chi si nasconde dietro la Via Lattea e controlla la l’espansione dell’universo ancora in corso?

Nei nostri uffici refrigerati o tra le quattro pareti bianche di un’aula o in un circolo di conversazione sciolta, possiamo dire qualsiasi cosa e dubitare di tutto. Ma inseriti nella complessità della natura e intrisi della sua bellezza, non possiamo tacere. È impossibile disprezzare l’irrompere dell’alba, rimanere indifferenti davanti allo sbocciare di un fiore o non restare stupiti contemplando una creatura appena-nata. Lei ci convince che ogni volta che nasce un bambino, Dio crede ancora nell’umanità. Quasi spontaneamente diciamo: è stato Dio che ha messo in moto tutto ed è Dio che sostiene tutto. Egli è la Sorgente originaria e l’Abisso nutritore di ogni cosa, come dicono alcuni cosmologi. Io direi: Egli è quell’Essere che fa essere tutti gli esseri.

Contemporaneamente si pone un’altra domanda importante: perché esiste esattamente questo universo e non un altro e perché noi siamo collocati in esso? Cosa voleva esprimere Dio con la creazione? Rispondere a questo non è solo una preoccupazione della coscienza religiosa, ma della scienza stessa.

Serva da esempio Stephen Hawking, uno dei più grandi fisici e matematici, nel suo famoso libro Breve storia del tempo (1992): “Se troviamo la risposta al perché noi e l’universo esistiamo, avremo il trionfo definitivo della ragione umana; perché, allora, avremo raggiunto la conoscenza della mente di Dio” (p. 238). Accade così che ancora oggi scienziati e saggi si interroghino e cerchino il disegno nascosto di Dio.

Le religioni e il giudeo-cristianesimo hanno osato rispondere, dando con riverenza un nome al Mistero, chiamandolo con mille nomi, tutti insufficienti: Jahvè, Allah, Tao, Olorum e, principalmente, Dio.

L’universo e tutta la creazione costituiscono una specie di specchio in cui Dio stesso si vede. Sono espansione del suo amore, perché ha voluto dei compagni  e compagne accanto a Lui. Egli non è solitudine, ma comunione dei Tre divini – Padre, Figlio, Spirito Santo – e vuole includere in questa comunione tutta la natura e l’uomo e la donna, creati in sua immagine e somiglianza.

Detto questo, il nostro interrogare stanco riposa, ma di fronte al Ministero di Dio e di tutte le cose, il nostro interrogare continua, sempre aperto a nuove risposte.

Leonardo Boff è coautore con il cosmologo canadese Mark Hathaway, Il Tao della della liberazione,Campo dei Fiori,Roma 2014; A nova visão do universo, Petrópolis 2022.

(traduzione dal portoghese di Gianni Alioti)

Cómo surge Dios dentro de la nueva visión del universo

Leonardo Boff*

Esta cuestión de Dios dentro de la moderna visión del mundo (cosmogénesis) surge cuando nos interrogamos: ¿qué había antes de antes y antes del big-bang? ¿Quién dio el impulso inicial para que apareciese aquel puntito, menor que la cabeza de un alfiler que después explotó? ¿Quién sustenta el universo como un todo para que siga existiendo y expandiéndose así  como cada uno de los seres que existen en él, ser humano incluido? 

¿La nada? Pero de la nada nunca sale nada. Si a pesar de eso aparecieron seres es señal de que Alguien o Algo los llamó a la existencia y los sustenta permanentemente. 

Lo que podemos decir sensatamente, antes de formular inmediatamente una respuesta teológica, es: antes del big bang existía lo Incognoscible y estaba en vigor el Misterio. Sobre el Misterio y lo Incognoscible, por definición, nada puede decirse literalmente. Por su naturaleza, el Misterio y lo Incognoscible son anteriores a las palabras, a la energía, a la materia, al espacio, al tiempo y al pensamiento.

Pues bien, sucede que el Misterio y lo Incognoscible son precisamente los nombres con los que las religiones, incluido el judeocristianismo, designan a Dios. Dios es siempre Misterio e Incognoscible. Ante Él, vale más el silencio que las palabras. Sin embargo, puede ser intuido por la razón reverente y sentido por el corazón inflamado. Siguiendo a Pascal, yo diría: creer en Dios no es pensar a Dios, sino sentirlo desde la totalidad de nuestro ser. Él emerge como una Presencia que llena el universo, se muestra como entusiasmo (en griego: tener un Dios dentro) dentro de nosotros y hace surgir en nosotros el sentimiento de grandeza, de majestad, de respeto y de veneración.

Esta percepción es típica de los seres humanos. Es innegable, poco importa que sea religioso o no.

Situados entre el cielo y la tierra, al mirar los millares de estrellas, contenemos la respiración y nos llenamos de reverencia. Y surgen naturalmente las preguntas:

¿Quién hizo todo esto? ¿Quién se esconde detrás de la Vía Láctea y dirige la expansión aún en curso del universo? En nuestros despachos refrigerados o entre las cuatro paredes blancas de un aula o en un círculo de conversación informal, podemos decir cualquier cosa y dudar de todo. Pero inmersos en la complejidad de la naturaleza e imbuidos de su belleza, no podemos permanecer callados. Es imposible despreciar el irrumpir de la aurora, permanecer indiferente ante el brotar de una flor o no contemplar con asombro a un recién nacido. Cada vez que nace un niño nos convence de que Dios sigue creyendo en la humanidad. Casi espontáneamente decimos: es Dios quien puso todo en movimiento y es Dios quien lo sostiene todo. Él es la Fuente originaria y el Abismo que todo alimenta, como dicen algunos cosmólogos. Yo diría: Él es el Ser que hace ser a todos los seres.

Al mismo tiempo surge otra pregunta importante: ¿por qué existe exactamente este universo y no otro y por qué nosotros hemos sido puestos en él? ¿Qué quiso expresar Dios con la creación? Responder a esta pregunta no es sólo una preocupación de la conciencia religiosa, sino de la ciencia misma. 

Como dice Stephen Hawking, uno de los más grandes físicos y matemáticos, en su conocido libro Breve historia del tiempo (1992): «Si encontramos la respuesta a por qué existimos nosotros y el universo, tendremos el triunfo definitivo de la razón humana; porque entonces habremos alcanzado el conocimiento de la mente de Dios» (p. 238). Pero hasta el día de hoy, científicos y sabios siguen todavía  preguntándose y buscando el designio oculto de Dios.

Las religiones y el judeocristianismo se han atrevido a dar una respuesta dando reverentemente un nombre al Misterio,  llamándolo con mil nombres, todos insuficientes: Yavé, Alá, Tao, Olorum y principalmente Dios. 

El universo y toda la creación constituyen una especie de espejo en el que Dios se ve a sí mismo. Son  expansión de su amor, pues quiso  compañeros y compañeras a su lado. Él no es soledad, sino comunión de los Tres divinos –Padre, Hijo  y Espíritu Santo– y quiere incluir en esta comunión a toda la naturaleza y al hombre y a la mujer, creados a su imagen y semejanza.

Al decir esto, descansa nuestro preguntar cansado, pero ante el Misterio de Dios y de todas las cosas, continúa nuestro preguntar, siempre abierto a nuevas respuestas.

*Leonardo Boff ha escrito junto con el cosmólogo canadiense Mark Hathaway, El Tao de la liberación: explorando la ecología de la trasformación, Trotta 2012; La nueva visión del universo, Petrópolis 2022.

Eine sozial-ökologische oder ökosozialistische Demokratie

                       LeonardoBoff
Die Erde befindet sich in einem unumkehrbaren Wandel. Wir treten in ein neues Klimasystem ein, das viel heißer und bedrohlicher ist. Wissenschaft und Technik kamen zu spät. Erst mit der Anhäufung von Treibhausgasen in der Atmosphäre änderte sich der Lauf der Dinge auf dem lebenden Planeten. Die verschiedenen Arten von Wissen, vom populären bis zum wissenschaftlichen, können die schädlichen Auswirkungen nur abmildern. Aber diese werden immer häufiger und immer gravierender auftreten.

Wenn wir auf diesem Planeten weiterleben wollen, müssen wir ein anderes zivilisatorisches Paradigma entwickeln, das freundlich zum Leben ist und sich als Brüder und Schwestern aller anderen Lebewesen fühlt, wie Papst Franziskus in Fratelli tutti (2020) postuliert. Wir haben ja den gleichen genetischen Code wie sie. In diesem Zusammenhang besteht ein dringender Bedarf an einer anderen Art von Demokratie: sozial-ökologisch oder ökosozialistisch.

Sie würde die Krönung des demokratischen Ideals darstellen, und zwar genau in dem Moment, in dem wir einen ernsthaften Rückgang der demokratischen Ideale in einem Kontext zunehmender autoritärer Bewegungen erleben. Hinzu kommt die Ausbreitung der künstlichen Intelligenz, die Millionen von Algorithmen kombiniert und die Demokratie bedrohen und zum Beispiel die Person des Papstes, dargestellt in einer dicken, seltenen und sehr teuren Jacke, entstellen kann.

Trotz alledem müssen wir über die bedrohte Demokratie diskutieren. Dahinter steckt die ursprüngliche Idee aller Demokratie: Alles, was alle interessiert, muss von allen bedacht und entschieden werden.

In kleinen Gemeinden oder in einem Land wie der Schweiz gibt es die direkte Demokratie. Wenn diese gesellschaftlichen Gruppierungen größer sind, wird die repräsentative Demokratie projiziert. Da die Mächtigen in der Regel die Kontrolle ausüben, wurde eine partizipative Demokratie vorgeschlagen, in der die Menschen in den unteren Ebenen an der Formulierung und Überwachung der Politik des Landes teilnehmen können.


Es wurden weitere Fortschritte erzielt, und es entstand eine von den Andenvölkern gelebte kommunitäre Demokratie, in der alle an allem teilhaben, in einer großen Harmonie zwischen Mensch und Natur. Das ist “bien vivir y convivir”. Es wurde festgestellt, dass die Demokratie ein universeller Wert ist (N. Bobbio), der täglich im Leben, in der Familie, in den Vereinen und in der Art und Weise, wie der Staat organisiert wird, gelebt wird. Auch eine endlose Demokratie (Boaventura de Souza Santos), denn sie kann immer vervollkommnet werden und ist nie fertig. Angesichts der drohenden Gefahr des Aussterbens der menschlichen Spezies würden sich alle, um sich zu retten, in einer planetarischen Superdemokratie zusammenschließen (J. Atalli).

Mehr oder weniger in diesem Sinne müssen die verschiedenen Formen der Demokratie gedacht und gelebt werden. Die Überlebenden der großen Transformation der Erde, die ihr durchschnittliches Klima bei 38 Grad Celsius oder mehr stabilisiert, haben aus diesen drastischen Veränderungen gelernt. Um zu überleben, müssen sie neue Formen von Beziehungen im Einklang mit der Natur und Mutter Erde einführen. Daher wurde diese Art der sozial-ökologischen Demokratie erdacht. Sie ist sozial, weil sie die gesamte Gesellschaft einbezieht.

Es ist der große Vorschlag des Ökosozialismus, der nichts mit dem frustrierten realen Sozialismus zu tun hat, der bereits verschwunden ist. Diese sozio-ökologische oder ökosozialistische Demokratie hat das Ökologische als strukturierende Achse. Nicht als Technik, um die Nachhaltigkeit der menschlichen Lebensweise zu garantieren, nach dem derzeitigen Paradigma des Menschen als dominus=Herr und außerhalb und über der Natur, sondern als frater=Bruder und Schwester, Teil der Natur und in ihr. Es wäre vielmehr eine Kunst, eine neue Art der zärtlichen und geschwisterlichen Koexistenz mit der Natur.

Die Produktionsweise und die Institutionen werden die Natur nicht mehr dazu zwingen, sich den menschlichen Wünschen anzupassen. Sie werden sich den Rhythmen der Natur anpassen, sie pflegen, ihr Ruhepausen zur Regeneration geben. Der Mensch wird die Natur selbst spüren, und indem er sich um sie kümmert, kümmert er sich auch um sich selbst.

Die Einzigartigkeit des Menschen, und das haben Neurologen, Genetiker, Bioanthropologen und Kosmologen bewiesen, besteht darin, dass er als ein Wesen erscheint, das aus Beziehungen, Liebe, Zusammenarbeit, Solidarität und Mitgefühl besteht. Dies hat James D. Watson in seinem Buch “DNA: Das Geheimnis des Lebens” (2005) gesagt: Liebe und Solidarität gehören zum human-genetischen Code.


Diese Einzigartigkeit zeigt sich deutlicher, wenn wir sie mit den höher entwickelten Affen vergleichen, von denen wir uns in nur 1,6 % der genetischen Materie unterscheiden. Auch sie führen ein gemeinschaftliches Leben. Aber sie werden von der Logik der Herrschaft und Hierarchisierung geleitet. Wir aber unterscheiden uns von ihnen durch Kooperation und Kommensalität.

Heute ist man sich einig, dass sowohl die Natur als auch die Erde Rechtssubjekte sind. Sie sind die neuen Bürger, mit denen wir freundschaftlich zusammenleben müssen. Die Erde ist eine biogeophysikalische Einheit, Gaia, die alle Elemente miteinander verbindet, um am Leben zu bleiben und die gesamte biologische Vielfalt hervorzubringen. In einem fortgeschrittenen Stadium ihrer Entwicklung und Komplexität begann sie zu fühlen, zu denken, zu lieben und sich zu kümmern. Zu diesem Zeitpunkt erschien der Mensch, Mann und Frau, der die denkende und liebende Erde ist.

Wenn wir gemeinsam überleben wollen, muss diese Demokratie eine Biokratie, eine Soziokratie, eine Geokratie und eine Kosmokratie sein, kurz gesagt, eine ökologisch-soziale oder ökosozialistische Demokratie. Die Zeit drängt. Wir müssen ein neues Bewusstsein schaffen und uns auf die Veränderungen vorbereiten, die nicht lange auf sich warten lassen werden. Ist das eine Utopie? Ja, aber eine notwendige Utopie, wenn wir noch auf diesem Planeten leben wollen.

Leonardo Boff, brasilianischer Philosoph, Theologe und Schriftsteller, schrieb zusammen mit dem deutschen Theologen Jürgen Moltmann „Gibt es Hoffnung für die gefährdete Schöpfung?“ Vozes, Petrópolis/Rio 2014; Caring for the Earth-Protecting Life: How to Avoid the End of the World, Record, Rio 2010.

Leonardo Boff

Die Erde befindet sich in einem unumkehrbaren Wandel. Wir treten in ein neues Klimasystem ein, das viel heißer und bedrohlicher ist. Wissenschaft und Technik kamen zu spät. Erst mit der Anhäufung von Treibhausgasen in der Atmosphäre änderte sich der Lauf der Dinge auf dem lebenden Planeten. Die verschiedenen Arten von Wissen, vom populären bis zum wissenschaftlichen, können die schädlichen Auswirkungen nur abmildern. Aber diese werden immer häufiger und immer gravierender auftreten.

Wenn wir auf diesem Planeten weiterleben wollen, müssen wir ein anderes zivilisatorisches Paradigma entwickeln, das freundlich zum Leben ist und sich als Brüder und Schwestern aller anderen Lebewesen fühlt, wie Papst Franziskus in Fratelli tutti (2020) postuliert. Wir haben ja den gleichen genetischen Code wie sie. In diesem Zusammenhang besteht ein dringender Bedarf an einer anderen Art von Demokratie: sozial-ökologisch oder ökosozialistisch.

Sie würde die Krönung des demokratischen Ideals darstellen, und zwar genau in dem Moment, in dem wir einen ernsthaften Rückgang der demokratischen Ideale in einem Kontext zunehmender autoritärer Bewegungen erleben. Hinzu kommt die Ausbreitung der künstlichen Intelligenz, die Millionen von Algorithmen kombiniert und die Demokratie bedrohen und zum Beispiel die Person des Papstes, dargestellt in einer dicken, seltenen und sehr teuren Jacke, entstellen kann.

Trotz alledem müssen wir über die bedrohte Demokratie diskutieren. Dahinter steckt die ursprüngliche Idee aller Demokratie: Alles, was alle interessiert, muss von allen bedacht und entschieden werden.

In kleinen Gemeinden oder in einem Land wie der Schweiz gibt es die direkte Demokratie. Wenn diese gesellschaftlichen Gruppierungen größer sind, wird die repräsentative Demokratie projiziert. Da die Mächtigen in der Regel die Kontrolle ausüben, wurde eine partizipative Demokratie vorgeschlagen, in der die Menschen in den unteren Ebenen an der Formulierung und Überwachung der Politik des Landes teilnehmen können.

Es wurden weitere Fortschritte erzielt, und es entstand eine von den Andenvölkern gelebte kommunitäre Demokratie, in der alle an allem teilhaben, in einer großen Harmonie zwischen Mensch und Natur. Das ist “bien vivir y convivir”. Es wurde festgestellt, dass die Demokratie ein universeller Wert ist (N. Bobbio), der täglich im Leben, in der Familie, in den Vereinen und in der Art und Weise, wie der Staat organisiert wird, gelebt wird. Auch eine endlose Demokratie (Boaventura de Souza Santos), denn sie kann immer vervollkommnet werden und ist nie fertig. Angesichts der drohenden Gefahr des Aussterbens der menschlichen Spezies würden sich alle, um sich zu retten, in einer planetarischen Superdemokratie zusammenschließen (J. Atalli).

Mehr oder weniger in diesem Sinne müssen die verschiedenen Formen der Demokratie gedacht und gelebt werden. Die Überlebenden der großen Transformation der Erde, die ihr durchschnittliches Klima bei 38 Grad Celsius oder mehr stabilisiert, haben aus diesen drastischen Veränderungen gelernt. Um zu überleben, müssen sie neue Formen von Beziehungen im Einklang mit der Natur und Mutter Erde einführen. Daher wurde diese Art der sozial-ökologischen Demokratie erdacht. Sie ist sozial, weil sie die gesamte Gesellschaft einbezieht.

Es ist der große Vorschlag des Ökosozialismus, der nichts mit dem frustrierten realen Sozialismus zu tun hat, der bereits verschwunden ist. Diese sozio-ökologische oder ökosozialistische Demokratie hat das Ökologische als strukturierende Achse. Nicht als Technik, um die Nachhaltigkeit der menschlichen Lebensweise zu garantieren, nach dem derzeitigen Paradigma des Menschen als dominus=Herr und außerhalb und über der Natur, sondern als frater=Bruder und Schwester, Teil der Natur und in ihr. Es wäre vielmehr eine Kunst, eine neue Art der zärtlichen und geschwisterlichen Koexistenz mit der Natur.

Die Produktionsweise und die Institutionen werden die Natur nicht mehr dazu zwingen, sich den menschlichen Wünschen anzupassen. Sie werden sich den Rhythmen der Natur anpassen, sie pflegen, ihr Ruhepausen zur Regeneration geben. Der Mensch wird die Natur selbst spüren, und indem er sich um sie kümmert, kümmert er sich auch um sich selbst.

Die Einzigartigkeit des Menschen, und das haben Neurologen, Genetiker, Bioanthropologen und Kosmologen bewiesen, besteht darin, dass er als ein Wesen erscheint, das aus Beziehungen, Liebe, Zusammenarbeit, Solidarität und Mitgefühl besteht. Dies hat James D. Watson in seinem Buch “DNA: Das Geheimnis des Lebens” (2005) gesagt: Liebe und Solidarität gehören zum human-genetischen Code.

Diese Einzigartigkeit zeigt sich deutlicher, wenn wir sie mit den höher entwickelten Affen vergleichen, von denen wir uns in nur 1,6 % der genetischen Materie unterscheiden. Auch sie führen ein gemeinschaftliches Leben. Aber sie werden von der Logik der Herrschaft und Hierarchisierung geleitet. Wir aber unterscheiden uns von ihnen durch Kooperation und Kommensalität.

Heute ist man sich einig, dass sowohl die Natur als auch die Erde Rechtssubjekte sind. Sie sind die neuen Bürger, mit denen wir freundschaftlich zusammenleben müssen. Die Erde ist eine biogeophysikalische Einheit, Gaia, die alle Elemente miteinander verbindet, um am Leben zu bleiben und die gesamte biologische Vielfalt hervorzubringen. In einem fortgeschrittenen Stadium ihrer Entwicklung und Komplexität begann sie zu fühlen, zu denken, zu lieben und sich zu kümmern. Zu diesem Zeitpunkt erschien der Mensch, Mann und Frau, der die denkende und liebende Erde ist.

Wenn wir gemeinsam überleben wollen, muss diese Demokratie eine Biokratie, eine Soziokratie, eine Geokratie und eine Kosmokratie sein, kurz gesagt, eine ökologisch-soziale oder ökosozialistische Demokratie. Die Zeit drängt. Wir müssen ein neues Bewusstsein schaffen und uns auf die Veränderungen vorbereiten, die nicht lange auf sich warten lassen werden. Ist das eine Utopie? Ja, aber eine notwendige Utopie, wenn wir noch auf diesem Planeten leben wollen.

Leonardo Boff, brasilianischer Philosoph, Theologe und Schriftsteller, schrieb zusammen mit dem deutschen Theologen Jürgen Moltmann „Gibt es Hoffnung für die gefährdete Schöpfung?“ Vozes, Petrópolis/Rio 2014; Caring for the Earth-Protecting Life: How to Avoid the End of the World, Record, Rio 2010.

Eine sozial-ökologische oder ökosozialistische Demokratie

Leonardo Boff

Die Erde befindet sich in einem unumkehrbaren Wandel. Wir treten in ein neues Klimasystem ein, das viel heißer und bedrohlicher ist. Wissenschaft und Technik kamen zu spät. Erst mit der Anhäufung von Treibhausgasen in der Atmosphäre änderte sich der Lauf der Dinge auf dem lebenden Planeten. Die verschiedenen Arten von Wissen, vom populären bis zum wissenschaftlichen, können die schädlichen Auswirkungen nur abmildern. Aber diese werden immer häufiger und immer gravierender auftreten.

Wenn wir auf diesem Planeten weiterleben wollen, müssen wir ein anderes zivilisatorisches Paradigma entwickeln, das freundlich zum Leben ist und sich als Brüder und Schwestern aller anderen Lebewesen fühlt, wie Papst Franziskus in Fratelli tutti (2020) postuliert. Wir haben ja den gleichen genetischen Code wie sie. In diesem Zusammenhang besteht ein dringender Bedarf an einer anderen Art von Demokratie: sozial-ökologisch oder ökosozialistisch.

Sie würde die Krönung des demokratischen Ideals darstellen, und zwar genau in dem Moment, in dem wir einen ernsthaften Rückgang der demokratischen Ideale in einem Kontext zunehmender autoritärer Bewegungen erleben. Hinzu kommt die Ausbreitung der künstlichen Intelligenz, die Millionen von Algorithmen kombiniert und die Demokratie bedrohen und zum Beispiel die Person des Papstes, dargestellt in einer dicken, seltenen und sehr teuren Jacke, entstellen kann.

Trotz alledem müssen wir über die bedrohte Demokratie diskutieren. Dahinter steckt die ursprüngliche Idee aller Demokratie: Alles, was alle interessiert, muss von allen bedacht und entschieden werden.

In kleinen Gemeinden oder in einem Land wie der Schweiz gibt es die direkte Demokratie. Wenn diese gesellschaftlichen Gruppierungen größer sind, wird die repräsentative Demokratie projiziert. Da die Mächtigen in der Regel die Kontrolle ausüben, wurde eine partizipative Demokratie vorgeschlagen, in der die Menschen in den unteren Ebenen an der Formulierung und Überwachung der Politik des Landes teilnehmen können.

Es wurden weitere Fortschritte erzielt, und es entstand eine von den Andenvölkern gelebte kommunitäre Demokratie, in der alle an allem teilhaben, in einer großen Harmonie zwischen Mensch und Natur. Das ist “bien vivir y convivir”. Es wurde festgestellt, dass die Demokratie ein universeller Wert ist (N. Bobbio), der täglich im Leben, in der Familie, in den Vereinen und in der Art und Weise, wie der Staat organisiert wird, gelebt wird. Auch eine endlose Demokratie (Boaventura de Souza Santos), denn sie kann immer vervollkommnet werden und ist nie fertig. Angesichts der drohenden Gefahr des Aussterbens der menschlichen Spezies würden sich alle, um sich zu retten, in einer planetarischen Superdemokratie zusammenschließen (J. Atalli).

Mehr oder weniger in diesem Sinne müssen die verschiedenen Formen der Demokratie gedacht und gelebt werden. Die Überlebenden der großen Transformation der Erde, die ihr durchschnittliches Klima bei 38 Grad Celsius oder mehr stabilisiert, haben aus diesen drastischen Veränderungen gelernt. Um zu überleben, müssen sie neue Formen von Beziehungen im Einklang mit der Natur und Mutter Erde einführen. Daher wurde diese Art der sozial-ökologischen Demokratie erdacht. Sie ist sozial, weil sie die gesamte Gesellschaft einbezieht.

Es ist der große Vorschlag des Ökosozialismus, der nichts mit dem frustrierten realen Sozialismus zu tun hat, der bereits verschwunden ist. Diese sozio-ökologische oder ökosozialistische Demokratie hat das Ökologische als strukturierende Achse. Nicht als Technik, um die Nachhaltigkeit der menschlichen Lebensweise zu garantieren, nach dem derzeitigen Paradigma des Menschen als dominus=Herr und außerhalb und über der Natur, sondern als frater=Bruder und Schwester, Teil der Natur und in ihr. Es wäre vielmehr eine Kunst, eine neue Art der zärtlichen und geschwisterlichen Koexistenz mit der Natur.

Die Produktionsweise und die Institutionen werden die Natur nicht mehr dazu zwingen, sich den menschlichen Wünschen anzupassen. Sie werden sich den Rhythmen der Natur anpassen, sie pflegen, ihr Ruhepausen zur Regeneration geben. Der Mensch wird die Natur selbst spüren, und indem er sich um sie kümmert, kümmert er sich auch um sich selbst.

Die Einzigartigkeit des Menschen, und das haben Neurologen, Genetiker, Bioanthropologen und Kosmologen bewiesen, besteht darin, dass er als ein Wesen erscheint, das aus Beziehungen, Liebe, Zusammenarbeit, Solidarität und Mitgefühl besteht. Dies hat James D. Watson in seinem Buch “DNA: Das Geheimnis des Lebens” (2005) gesagt: Liebe und Solidarität gehören zum human-genetischen Code.

Diese Einzigartigkeit zeigt sich deutlicher, wenn wir sie mit den höher entwickelten Affen vergleichen, von denen wir uns in nur 1,6 % der genetischen Materie unterscheiden. Auch sie führen ein gemeinschaftliches Leben. Aber sie werden von der Logik der Herrschaft und Hierarchisierung geleitet. Wir aber unterscheiden uns von ihnen durch Kooperation und Kommensalität.

Heute ist man sich einig, dass sowohl die Natur als auch die Erde Rechtssubjekte sind. Sie sind die neuen Bürger, mit denen wir freundschaftlich zusammenleben müssen. Die Erde ist eine biogeophysikalische Einheit, Gaia, die alle Elemente miteinander verbindet, um am Leben zu bleiben und die gesamte biologische Vielfalt hervorzubringen. In einem fortgeschrittenen Stadium ihrer Entwicklung und Komplexität begann sie zu fühlen, zu denken, zu lieben und sich zu kümmern. Zu diesem Zeitpunkt erschien der Mensch, Mann und Frau, der die denkende und liebende Erde ist.

Wenn wir gemeinsam überleben wollen, muss diese Demokratie eine Biokratie, eine Soziokratie, eine Geokratie und eine Kosmokratie sein, kurz gesagt, eine ökologisch-soziale oder ökosozialistische Demokratie. Die Zeit drängt. Wir müssen ein neues Bewusstsein schaffen und uns auf die Veränderungen vorbereiten, die nicht lange auf sich warten lassen werden. Ist das eine Utopie? Ja, aber eine notwendige Utopie, wenn wir noch auf diesem Planeten leben wollen.

Leonardo Boff, brasilianischer Philosoph, Theologe und Schriftsteller, schrieb zusammen mit dem deutschen Theologen Jürgen Moltmann „Gibt es Hoffnung für die gefährdete Schöpfung?“ Vozes, Petrópolis/Rio 2014; Caring for the Earth-Protecting Life: How to Avoid the End of the World, Record, Rio 2010.

Eine sozial-ökologische oder ökosozialistische Demokratie

Leonardo Boff

Die Erde befindet sich in einem unumkehrbaren Wandel. Wir treten in ein neues Klimasystem ein, das viel heißer und bedrohlicher ist. Wissenschaft und Technik kamen zu spät. Erst mit der Anhäufung von Treibhausgasen in der Atmosphäre änderte sich der Lauf der Dinge auf dem lebenden Planeten. Die verschiedenen Arten von Wissen, vom populären bis zum wissenschaftlichen, können die schädlichen Auswirkungen nur abmildern. Aber diese werden immer häufiger und immer gravierender auftreten.

Wenn wir auf diesem Planeten weiterleben wollen, müssen wir ein anderes zivilisatorisches Paradigma entwickeln, das freundlich zum Leben ist und sich als Brüder und Schwestern aller anderen Lebewesen fühlt, wie Papst Franziskus in Fratelli tutti (2020) postuliert. Wir haben ja den gleichen genetischen Code wie sie. In diesem Zusammenhang besteht ein dringender Bedarf an einer anderen Art von Demokratie: sozial-ökologisch oder ökosozialistisch.

Sie würde die Krönung des demokratischen Ideals darstellen, und zwar genau in dem Moment, in dem wir einen ernsthaften Rückgang der demokratischen Ideale in einem Kontext zunehmender autoritärer Bewegungen erleben. Hinzu kommt die Ausbreitung der künstlichen Intelligenz, die Millionen von Algorithmen kombiniert und die Demokratie bedrohen und zum Beispiel die Person des Papstes, dargestellt in einer dicken, seltenen und sehr teuren Jacke, entstellen kann.

Trotz alledem müssen wir über die bedrohte Demokratie diskutieren. Dahinter steckt die ursprüngliche Idee aller Demokratie: Alles, was alle interessiert, muss von allen bedacht und entschieden werden.

In kleinen Gemeinden oder in einem Land wie der Schweiz gibt es die direkte Demokratie. Wenn diese gesellschaftlichen Gruppierungen größer sind, wird die repräsentative Demokratie projiziert. Da die Mächtigen in der Regel die Kontrolle ausüben, wurde eine partizipative Demokratie vorgeschlagen, in der die Menschen in den unteren Ebenen an der Formulierung und Überwachung der Politik des Landes teilnehmen können.


Es wurden weitere Fortschritte erzielt, und es entstand eine von den Andenvölkern gelebte kommunitäre Demokratie, in der alle an allem teilhaben, in einer großen Harmonie zwischen Mensch und Natur. Das ist “bien vivir y convivir”. Es wurde festgestellt, dass die Demokratie ein universeller Wert ist (N. Bobbio), der täglich im Leben, in der Familie, in den Vereinen und in der Art und Weise, wie der Staat organisiert wird, gelebt wird. Auch eine endlose Demokratie (Boaventura de Souza Santos), denn sie kann immer vervollkommnet werden und ist nie fertig. Angesichts der drohenden Gefahr des Aussterbens der menschlichen Spezies würden sich alle, um sich zu retten, in einer planetarischen Superdemokratie zusammenschließen (J. Atalli).

Mehr oder weniger in diesem Sinne müssen die verschiedenen Formen der Demokratie gedacht und gelebt werden. Die Überlebenden der großen Transformation der Erde, die ihr durchschnittliches Klima bei 38 Grad Celsius oder mehr stabilisiert, haben aus diesen drastischen Veränderungen gelernt. Um zu überleben, müssen sie neue Formen von Beziehungen im Einklang mit der Natur und Mutter Erde einführen. Daher wurde diese Art der sozial-ökologischen Demokratie erdacht. Sie ist sozial, weil sie die gesamte Gesellschaft einbezieht.

Es ist der große Vorschlag des Ökosozialismus, der nichts mit dem frustrierten realen Sozialismus zu tun hat, der bereits verschwunden ist. Diese sozio-ökologische oder ökosozialistische Demokratie hat das Ökologische als strukturierende Achse. Nicht als Technik, um die Nachhaltigkeit der menschlichen Lebensweise zu garantieren, nach dem derzeitigen Paradigma des Menschen als dominus=Herr und außerhalb und über der Natur, sondern als frater=Bruder und Schwester, Teil der Natur und in ihr. Es wäre vielmehr eine Kunst, eine neue Art der zärtlichen und geschwisterlichen Koexistenz mit der Natur.

Die Produktionsweise und die Institutionen werden die Natur nicht mehr dazu zwingen, sich den menschlichen Wünschen anzupassen. Sie werden sich den Rhythmen der Natur anpassen, sie pflegen, ihr Ruhepausen zur Regeneration geben. Der Mensch wird die Natur selbst spüren, und indem er sich um sie kümmert, kümmert er sich auch um sich selbst.

Die Einzigartigkeit des Menschen, und das haben Neurologen, Genetiker, Bioanthropologen und Kosmologen bewiesen, besteht darin, dass er als ein Wesen erscheint, das aus Beziehungen, Liebe, Zusammenarbeit, Solidarität und Mitgefühl besteht. Dies hat James D. Watson in seinem Buch “DNA: Das Geheimnis des Lebens” (2005) gesagt: Liebe und Solidarität gehören zum human-genetischen Code.


Diese Einzigartigkeit zeigt sich deutlicher, wenn wir sie mit den höher entwickelten Affen vergleichen, von denen wir uns in nur 1,6 % der genetischen Materie unterscheiden. Auch sie führen ein gemeinschaftliches Leben. Aber sie werden von der Logik der Herrschaft und Hierarchisierung geleitet. Wir aber unterscheiden uns von ihnen durch Kooperation und Kommensalität.

Heute ist man sich einig, dass sowohl die Natur als auch die Erde Rechtssubjekte sind. Sie sind die neuen Bürger, mit denen wir freundschaftlich zusammenleben müssen. Die Erde ist eine biogeophysikalische Einheit, Gaia, die alle Elemente miteinander verbindet, um am Leben zu bleiben und die gesamte biologische Vielfalt hervorzubringen. In einem fortgeschrittenen Stadium ihrer Entwicklung und Komplexität begann sie zu fühlen, zu denken, zu lieben und sich zu kümmern. Zu diesem Zeitpunkt erschien der Mensch, Mann und Frau, der die denkende und liebende Erde ist.

Wenn wir gemeinsam überleben wollen, muss diese Demokratie eine Biokratie, eine Soziokratie, eine Geokratie und eine Kosmokratie sein, kurz gesagt, eine ökologisch-soziale oder ökosozialistische Demokratie. Die Zeit drängt. Wir müssen ein neues Bewusstsein schaffen und uns auf die Veränderungen vorbereiten, die nicht lange auf sich warten lassen werden. Ist das eine Utopie? Ja, aber eine notwendige Utopie, wenn wir noch auf diesem Planeten leben wollen.

Leonardo Boff, brasilianischer Philosoph, Theologe und Schriftsteller, schrieb zusammen mit dem deutschen Theologen Jürgen Moltmann „Gibt es Hoffnung für die gefährdete Schöpfung?“ Vozes, Petrópolis/Rio 2014; Caring for the Earth-Protecting Life: How to Avoid the End of the World, Record, Rio 2010.