Ou mudamos ou morremos

ARTIGO PUBLICADO EM JANEIRO DE 2004

Hoje vivemos uma crise dos fundamentos de nossa convivência pessoal, nacional e mundial. Se olharmos a Terra como um todo, percebemos que quase nada funciona a contento. A Terra está doente e muito doente. E como somos, enquanto humanos também Terra (homem vem de humus=terra fértil), nos sentimos todos, de certa forma, doentes. A percepção que temos é de que não podemos continuar nesse caminho, pois nos levará a um abismo. Fomos tão insensatos nas últimas gerações que construimos o princípio de auto-destruição. Não é fantasia holywoodiana. Temos condições de destruir várias vezes a biosfera e impossibilitar o projeto planetário humano. Desta vez não haverá uma arca de Noé que salve a alguns e deixa perecer os demais. O destino da Terra e da humanidade coincidem: ou nos salvamos juntos ou sucumbimos juntos.

Agora viramos todos filósofos, pois, nos perguntamos entre estarrecidos e perplexos: como chegamos a isso?

Como vamos sair desse impasse global? Que colaboração posso dar como pessoa individual?

Em primeiro lugar, há de se entender o eixo estruturador de nossas sociedades hoje mundializadas, principal responsável por esse curso perigoso. É o tipo de economia que inventamos. A economia é fundamental, pois, ela é responsável pela produção e reprodução de nossa vida. O tipo de economia vigente se monta sobre a troca competitiva. Tudo na sociedade e na economia se concentra na troca. A troca aqui é qualificada, é competitiva. Só o mais forte triunfa. Os outros ou se agregam como sócios subalternos ou desaparecem. O resultado desta lógica da competição de todos com todos é duplo: de um lado uma acumulação fantástica de benefícios em poucos grupos e de outro, uma exclusão fantástica da maioria das pessoas, dos grupos e das nações.

Atualmente, o grande crime da humanidade é o da exclusão social. Por todas as partes reina fome crônica, aumento das doenças antes erradicadas, depredação dos recursos limitados da natureza e um ambiente geral de violência, de opressão e de guerra.

Mas reconheçamos: por séculos essa troca competitiva abrigava a todos, bem ou mal, sob seu teto. Sua lógica agilizou todas as forças produtivas e criou mil facilidades para a existência humana. Mas hoje, as virtualidades deste tipo de economia estão se esgotando. A grande maioria dos países e das pessoas não cabem mais sob seu teto. São excluidos ou sócios menores e subalternos, como é o caso do Brasil. Agora esse tipo de economia da troca competitiva se mostra altamente destrutiva, onde quer que ela penetre e se imponha. Ela nos pode levar ao destino dos dinossauros.

Ou mudamos ou morremos, essa é a alternativa. Onde buscar o princípio articulador de uma outra sociabilidade, de um novo sonho para frente? Em momentos de crise total precisamos consultar a fonte originária de tudo, a natureza. Que ela nos ensina? Ela nos ensina, foi o que a ciência já há um século identificou, que a lei básica do universo, não é a competição que divide e exclui, mas a cooperação que soma e inclui. Todas as energias, todos os elementos, todos os seres vivos, desde as bactérias e virus até os seres mais complexos, somos inter-retro-relacionados e, por isso, interdependentes. Uma teia de conexões nos envolve por todos os lados, fazendo-nos seres cooperativos e solidários. Quer queiramos ou não, pois essa é a lei do universo. Por causa desta teia chegamos até aqui e poderemos ter futuro.

Aqui se encontra a saida para umo novo sonho civilizatório e para um futuro para as nossas sociedades: fazermos desta lei da natureza, conscientemente, um projeto pessoal e coletivo, sermos seres cooperativos. Ao invés de troca competitiva onde só um ganha devemos fortalecer a troca complementar e cooperativa, onde todos ganham. Importa assumir, com absoluta seriedade, o princípio do prêmio de economia John Nesh, cuja mente brilhante foi celebrada por um não menos brilhante filme: o princípio ganha-ganha, onde todos saem beneficiados sem haver perdedores.

Para conviver humanamente inventamos a economia, a política, a cultura, a ética e a religião. Mas nos últimos séculos o fizemos sob a inspiração da competição que gera o individualismo. Esse tempo acabou. Agora temos que inaugurar a inspiração da cooperação que gera a comunidade e a participação de todos em tudo o que interessa a todos.

Tais teses e pensamentos se encontram detalhados nesse brilhante livro de Maurício Abdalla, O princípio da cooperação. Em busca de uma nova racionalidade.

Se não fizermos essa conversão, preparemo-nos para o pior. Urge começar com as revoluções moleculares. Começemos por nós mesmos, sendo seres cooperativos, solidários, com-passivos, simplesmente humanos. Com isso definimos a direção certa. Nela há esperança e vida para nós e para a Terra.

(*) Leonardo Boff, teólogo e professor, é autor de mais de 60 livros sobre teologia, filosofia, espiritualidade, antropologia e mística

El Cuidado Necesario

Cuidado y sostenibilidad caminan de la mano, amparándose mutuamente. Si no hay cuidado, difícilmente se alcanzará una sostenibilidad que se mantenga a medio y largo plazo. Son los dos pilares básicos que sustentan la necesaria transformación del modo de habitar la Tierra. Pero sostenibilidad y cuidado no podrán afirmarse si no van acompañados de una revolución espiritual.

Contra lo que afirman escépticos y secularistas, la espiritualidad no es monopolio de las religiones. Ser espiritual es despertar a la dimensión más profunda que hay en el ser humano y que le hace sensible a la solidaridad, la justicia y la fraternidad. Este libro enfatiza fuertemente ese momento de espiritualidad, no porque su autor venga originariamente de la teología, sino porque, como ser humano, se da cuenta de la urgencia y la necesidad de cuidar de todas las cosas, de la vida y de la Tierra, pero principalmente de la espiritualidad humana.

Partiendo de la construcción del concepto de cuidado y de la aclaración de sus fundamentos cosmológicos y antropológicos, Leonardo Boff desarrolla el nuevo paradigma del cuidado ?de sí mismo y de los otros, del cuerpo, de la psique y del espíritu?, tratando en particular del cuidado en campos como la medicina, la enfermería y la educación.


Enlace de Sitio web para libro: Trotta Editorial

Una nueva humanidad para una nueva Tierra – Reflexiones con Leonardo Boff

Sustentabilidade

Sustentabilidade – O que é – O que não é
A sustentabilidade representa, diante da crise socioambiental generalizada, uma questão de vida ou morte. O autor faz um histórico do conceito desde o século XVI até os dias atuais, submetendo a uma rigorosa crítica os vários modelos existentes de desenvolvimento sustentável.

Link do site da Livraria Vozes

Entrevista com o teólogo, escritor e professor Leonardo Boff

O teólogo, escritor e professor Leonardo Boff, em entrevista para a TV Brasil, apresenta seu novo livro, Sustentabilidade, discorre sobre o tema e fundamenta Ecoteologia da Libertação.

La Sostenibilidad

La sostenibilidad: Qué es y qué no es.

Sugerente propuesta capaz de inspirar valores y actitudes fundamentales ante la crisis generalizada que afecta a la humanidad. El autor plantea una nueva ética basada más en el “cuidado” que en la razón y la voluntad


Enlace al sitio web Ediciones Dabar

Boff presenta libro en Puebla «Diálogos con Leonardo Boff»

El día miércoles 11 de octubre de 2017, el Dr. Leonardo Boff presenta en el Centro de Convenciones de la ciudad de Puebla su libro La sostenibilidad. Qué es y qué no es, publicado por Ediciones Dabar. El filósofo brasileño acudió en respuesta a la invitación que le hizo El Colegio de Puebla, A.C. a entablar un diálogo con catedráticos y estudiantes.

Leonardo Boff aborda el tema de la ecología y más puntualmente el de la sostenibilidad o sustentabilidad, y más allá incluso, lo que señala es una urgente y nueva forma de relacionarnos con la Madre Tierra; lo cual implica un modo de relación no de explotación, sino de cooperación y profundo respeto con su alta dignidad como Madre Tierra. Esto tiene un sentido y una finalidad: garantizar la comunidad de la vida y el futuro común, señala el teólogo.

El discurso de Leonardo Boff se ha mantenido por varios años, confiado en que este mensaje debe llegar a todos y movernos a una postura diferente. Boff no sólo se conforma con denunciar la falta de conciencia ecológica sino que ha configurado una propuesta que se sostiene en las cuatro ecologías: ambiental, social, mental e integral, trabajo que -como refirió- constituye una perspectiva mucho más amplia que la relación con la naturaleza.

LA SOSTENIBILIDAD: QUÉ ES Y QUÉ NO ES

El libro de Leonardo Boff, publicado por Ediciones Dabar, parte de la premisa de la cordialidad con la Tierra, con el otro y con uno mismo. El objetivo es encontrar soluciones éticas y espirituales a problemas referentes al cuidado de nuestro hogar: la Madre Tierra.

Leonardo Boff es autor de más de 100 libros de antropología, filosofía, teología, espiritualidad y mística.