Naia Oliveira
Coordenadora do Programa Estação Gaia, uma Iniciativa da RED (Rede Estação Democracia) que reúne a Rede Soberania, Jornal Brasil de Fato RS, Jornal Já Porto Alegre, Rádio Ferrabrás FM e Estação Democracia Rádio e TV Web. Essa última vinculada ao Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito.
Ex-Conselheira da Fundação Gaia.
Recebi este texto da autora Naia Oliveira, belo, comovente e desafiador.
Ela evoca em todos a responsabilidade coletiva para com a natureza de onde nos veio o coronavírus. Ele é consequência de nossa ilimitada agressão àquela que tudo nos dá. Oxalá seu apelo angustiado e esperançador desperte a consciência de outros, para evitarmos um caminho sem retorno. LBoff
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Em pleno isolamento sanitário leio o livro de Leonardo Boff, A Mãe Terra Contra-Ataca a Humanidade, Advertências da Pandemia (Vozes 2020).
Constato impactada a falta de divulgação na grande mídia de que as agressões ao meio ambiente são a causa desse flagelo. Ao serem desalojados do seu habitat onde não provocam danos, alguns vírus se tornam letais, disseminando doenças.
Minha pele se arrepia, é essa a reação da primeira camada da minha proteção corporal. Penso na superfície da Terra sofrendo com queimadas, desmatamentos, assoreamentos.
Nossos corações batem uníssonos, mas apresentam desafios, o meu de bombear o sangue para circular na periferia do corpo, pois fiquei com os pés e as mãos gelados. Já os aquíferos do Planeta sofrem com as barreiras construídas, pois tentam cumprir com o ciclo da água.
Observo minha respiração, que está ofegante, me dou conta de que os pulmões são os órgãos mais afetados na covid-19, assim dificultam a oxigenação do sangue, resultando numa morte com grande sofrimento.
Sinto o Planeta Terra soçobrando e numa atitude arquetípica de Grande Mãe adverte para sobreviver.
Um caloroso e fraterno abraço,
Naia