O legado da crise atual: rever e reinventar conceitos

 

        Nutro a convicção, partilhada por outros analistas, de que a crise sistêmica atual nos deixará como legado e desafio a urgência de repensar a nossa relação para com a Terra, para com os modos de produção e consumo, reinventar uma forma de governança global e uma convivência que inclua a todos na única e mesma Casa Comum. Para isso é forçoso rever conceitos-chaves, que como bússola nos possam apontar  um novo norte. Boa parte da crise atual se deriva de premissas falsas.

         O primeiro conceito a rever é o de desenvolvimento. Na prática ele se identifica com o crescimento material, expresso pelo PIB. Sua dinâmica é ser o maior possível, o que implica exploração desapiedada da natureza e a geração de grandes desigualdades nacionais e mundiais. Importa abandonar esta compreensão quantitativa e assumir a qualitativa, esta sim como desenvolvimento, bem definido por Amartya Sen (prêmio Nobel) como “o processo de expansão das liberdades substantivas”, vale dizer, a ampliação das oportunidades de modelar a própria vida e dar-lhe um sentido que valha a pena. O crescimento é imprescindível pois é da lógica de todo ser vivo, mas só é bom a partir  das interdependências das redes da vida que garantem a biodiversidade. Em vez de crescimento/desenvolvimento deveríamos pensar numa redistribuição do que já foi acumulado pela humanidade.

         O segundo é o manipulado conceito de sustentabilidade que, no sistema vigente, é inalcançável. Em seu lugar deveríamos introduzir a temática, já aprovada pela ONU, dos direitos da Terra e da natureza. Se os respeitássemos, teríamos garantida a sustentabilidade, fruto da nossa conformação à  lógica da vida.

         O terceiro é o de meio-ambiente. Este não existe. O que existe é o ambiente inteiro, no qual todos os seres convivem e se interconectam. Em vez de meio ambiente faríamos melhor usar a expressão da Carta da Terra: comunidade de vida. Todos os seres vivos possuem o mesmo  código genético de base, por isso todos são parentes entre si: uma real comunidade vital. Este olhar nos levaria a ter respeito por cada ser, pois tem valor em si mesmo para além do uso humano.

         O quarto conceito é o de Terra. Importa superar a visão pobre da modernidade que a vê apenas como realidade extensa e sem inteligência. A ciência contemporânea mostrou e isso já foi incorporado até nos manuais de ecologia, que a Terra não só tem vida sobre ela, mas é viva: um superorganismo, Gaia, que articula o físico, o químico e as energias terrenas e cósmicas para sempre produzir e reproduzir vida. Em 22 de abril de 2010 a ONU aprovou a denominação de Mãe Terra. Este novo olhar, nos levaria a redefinir nossa relação para com ela, não mais de exploração mas de uso racional e respeitoso. Nossa mãe a gente não vende nem compra; respeita e ama. O mesmo vale para com a Mãe Terra.
         O quinto conceito é o de ser humano. Este foi na modernidade pensado como desligado, fora e acima da natureza, fazendo-o “mestre e senhor”dela (Descartes). Hoje o ser humano está se inserindo na natureza, no Universo e como aquela porção da Terra que sente, pensa, ama e venera. Essa perspectiva nos leva a assumir a responsabilidade pelo destino da Mãe Terra e de seus filhos e filhas, sentindo-nos cuidadores e guardiães desse belo, pequeno e ameaçado Planeta.

         O sexto conceito é o de espiritualidade. Esta foi acantonada nas religiões quando é a dimensão do profundo humano universal. Espiritualidade surge quando a consciência se apercebe como parte do Todo e intui cada ser e o inteiro Universo sustentados e penetrados por uma força poderosa e amorosa: aquele Abismo de energia, gerador de todo o ser. É possível captar o elo misterioso que liga e re-liga todas as coisas, constituindo um cosmos e não um caos. A espiritualidade nos confere sentimento de veneração pela grandeur do universo e nos enche de autoestima por podermos admirar, gozar e celebrar todas as coisas.

         Temos que mudar muito ainda para que tudo isso se torne um dado da consciência coletiva! Mas é o que deve ser. E o que deve ser tem força de realização.

 Leonardo Boff é autor de Opção-Terra:a solução para a Terra não cai do céu, Record 2010.

 

28 comentários sobre “O legado da crise atual: rever e reinventar conceitos

  1. Mestre Boff, desculpe-me, pois, a maioria das ideias, que aqui colocadas por mim, é sua. Mas, penso que o divórcio que ocorreu entre o homem (homens e mulheres) e os demais habitantes e com própria Terra Mãe, deu-se, historicamente, com a mudança de método de ler o mundo. Antes o homem lia o mundo a partir de uma visão do todo, dedutivamente. Com a obra de Francis Bacon (1561-1626), Novum organanum scientarum, começa-se interpretar o mundo a partir de suas partes (indutivamente) e passa-se pensar que a soma das partes é igual ao todo e não o é. Pois, a soma das partes de uma galinha não dá uma galinha, falta-lhe a vida. Porém, com esse método a ciência conseguiu grandes avanços, mas tais avanços só aconteceram materialmente e de forma mecânica, não no plano espiritual. Pois, esse método separou matéria e espírito, ciência e vida, economia e política, Deus e mundo. Agora, para viver em harmonia com os nossos vizinhos habitantes da terra necessitamos promover, como o senhor afirmou, em diversas obras suas, uma re-ligação, primeiro, do homem com ele mesmo. Pois ele é um cidadão de dois mundos – sensível (dos sentidos) e inteligível (espiritual) – e esses dois mundos estão rompidos nele. Segundo, fazer outra re-ligação, reatar relações com os demais entes da casa, pois somos um nó de relações.

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  2. Parabéns bem colocado..Penso que só existe uma qualificação a educação, o que já esta errado só pode ser corrigido se todos voltarem para escola. Começar no berço, o Pai e a Mãe tem que voltar para suas casas e cuidar dos filhos dar tempo a eles, menos dinheiro e mais amor, começar de novo, assim corrigiremos erros, refazer caráter. (Palavras, Palavras pequenas ao vento, no momento trago a esperança em seu lugar ,,,cassia eller)

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  3. PARABÉNS AO AMIGO LEONARDO BOFF PELA COLOCAÇÃO PERFEITA E BEM EXPLICITADA SOBRE PASSADO PRESENTE E FUTURO DO HOMEM COMO O PRINCIPAL ANIMAL RESIDENTE NA TERRA.REALMENTE PRECISAMOS REVER E REINVENTAR CONCEITOS,POIS DO JEITO QUE A COISA ANDA AVISTAREMOS EM BREVE UM HORIZONTE DE DESGRAÇAS QUE ATINGIRÁ A TODOS INDISTINTAMENTE!

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  4. Muito interessante esse texto, de conteudo em perfeita sintonia com o conceito de “decrescimento” (decrescita), conforme definido e proposto por Serge Latouche, como tambem Maurizio Pallante (La Decrescita Felice).
    Aproveitando a ocasião, gostaria de saber o que Leonardo Boff pensa a respeito do movimento “Vegan”, que mais e mais vem ganhando terreno no mundo, sobretudo entre os jovens, mais sensiveis que tendem a ser, em relação à maciça crueldade praticada pela industria da alimentação, do vestuario e cosmetica, contra os animais. Gandhi e Einstein previram que não haveria futuro para a humanidade longe do vegetarianismo. Leonardo da Vince por sua vez previu que chegaria o dia em que o homem teria que responder pelo assassinato de animais. O fato mais interessante e revelador do movimento vegano é que ao mesmo tempo em que promove o pleno respeito à vida de todos os animais, promove tambem a mais saudavel dieta alimentar, de acordo com os mais recentes estudos, entre os quais o monumental “The China Study”, constituindo dessa maneira uma verdadeira liberação de um sistema economico perverso que tem exatamente na industria da saude (farmaceutica) e da alimentação dois de seus principais suportes.

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  5. Meu caro Leonardo Boff, acompanho as suas lutas desde muito tempo e o admiro pela sua coragem, conhecimento e ânimo pela vida . Já li alguns livros seus e sempre ganho conhecimento. Vc conseguiu me ajudar muito espiritual e políticamente. O tenho sempre como referência. Obrigada!

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  6. Caríssimo,

    A sua cuidadosa inquietação tem sido fonte de inspiração para muitos dos nossos pensares e fazeres individuais e coletivos aqui pelas terras Kariris.

    Exemplo disso é a realização anual da Semana Freiriana do Cariri (www.semanafreiriana.wix.com/campanhasfc2013), através da Escola de Políticas Públicas e Cidadania Ativa, ONG da qual tenho a honra de fazer parte.

    Por aqui já passaram, partilhando suas inquietações, vivências e saberes, amigos como Tião Rocha (CPCD), Fátima Freire e José Pacheco, além de várias gentes simples que estão, todos os dias, construindo um novo jeito de ser e de estar neste generoso e acolhedor planeta-mãe Terra.

    Nessa mesma perspectiva, partilho com você e todos que lhe leem um dos meus artigos sobre o tema que lhe é recorrente e sobre o qual você tem muito mais autoridade de escrever.

    Tento nesse artigo fazer, de forma didática, um passeio pela breve aventura humana na terra. Eis o link | http://joelmirpinho.wordpress.com/2012/03/05/breve-historia-da-aventura-humana-na-terra/.

    Um fraterno abraço.
    Lux, pax et bonum.

    Joelmir Pinho

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  7. …”Separamos matéria e espírito, ciência e vida, economia e política agora precisamos re-ligar de novo e entender o problema em conjunto.” … Na física hoje a grande maioria de problemas esta em entender a complexidade do conjunto, (sistemas não lineares e interações acopladas) quem ia pensar que duas áreas totalmente distintas tivessem o mesmo problema.

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  8. Odeciomendesrocha Mendes Rocha
    28 de janeiro
    O ANTI-HUMANISMO DA ECOLOGIA PROFUNDA

    Quando o cientista britânico James Lovelock, em seu livro Gaia, afirmou que o nosso planeta Terra é um superoganismo vivo, decretou o fim do antropocentrismo (o homem como centro do universo).

    Aldo Leopold é considerado o pai de Ecologia profunda. Morto em 1948, deixou vários livros, entre eles L”éthique de la Terre, sedimentando as bases para a desconstrução do homem.

    A mensagem hermenêutica desta nova Cosmologia é retirar, expulsar, execrar o homem como o centro do universo e substituí-lo pelo Cosmos, pela Natureza etc.

    O homem, senhor de seu destino, sujeito de sua História, chegou ao seu fim. Chegaram à conclusão que o homem é muito pernicioso, depredador voraz da Natureza, por isso é convidado a retirar-se do mundo como agente ativo.

    A grande pretensão da Ecologia profunda é formular um novo conhecimento e uma nova práxis – uma nova Epistemologia, uma nova Ética, uma nova Cosmologia a partir da Natureza, do Cosmos. Pretendem formular um estatuto jurídico para as plantas, vales, montanhas, micro-organismo, animais irracionais etc., querem abandonar tudo aquilo que fale de antropocentrismo. O homem, daqui para diante, apenas co-habita com animais irracionais, plantas, micro-organismos etc.

    A nova Legislação priorizará a Natureza de um modo geral, deixando o homem apenas como agente passivo, sujeito às leis
    naturais. Querem parar com o projeto antropocêntrico, interromper, transcender as conquistas do homem, enquanto sujeito de sua História.

    A base da desconstrução do homem, segundo a Ecologia profunda, reside no terrorismo intelectual, como: Ondas gigantes, degelo polar, chuvas ácidas que em breve matarão todas as plantações e os animais que as comem, enfim, haverá uma escassez total de alimentos sobre o nosso planeta Terra.

    Essa nova cosmovisão tomou vulto após a queda do Leste-europeu, com o fim da política, o desencanto das utopias, fim da Ética. fragmentação dos saberes etc.

    Não sei se ainda é válido pensar desta maneira, pois já temos uma Utopia eletrônica, com promessas esperançosas e muitas luzes novas que já se abriram no novo horizonte para toda a humanidade …

    Odécio Mendes Rocha – Philosopher
    http://www.pt.netlog.com/odeciomendesrocha
    My virtual book:
    ” THE NEW ADDRESS OF IDEAS – The Rescue of Utopia”
    or www. mendesrochalenitivo.blogspot.com

    ” THE NEW ADDRESS OF IDEAS – The Rescue of Utopia”

    * 10 Maio 2010

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  9. AQUECIMENTO GLOBAL
    Existem muitos exageros a respeito do aquecimento em que o nosso planeta Terra está a passar nestas últimas décadas. Está certo que nos últimos duzentos anos o capitalismo, juntamente com o socialismo real, poluíram o nosso planeta de forma alarmante. Porém, teremos que nos perguntar: Qual o paradigma da Ciência está prognosticando esses resultados? O antigo paradigma da Ciência – o newtoniano/cartesiano – chegou ao seu fim. Ele não tem mais nenhuma autoridade para dizer o que é certo
    e o que é errado, pois não tem a verdade como certeza, e sim a probabilidade, como nos afirma o prêmio Nobel Ilya Prigogine, em seu livro O Fim das Certezas, Unesp, 1996.

    As verdades do antigo paradigma da Ciência, ao se tornarem obsoletas, migraram para a Política. Este grande problema está gerando impasses entre os centistas.O aquecimento global ao sem tornar um problema político, provocou distorções em torno de um diagnóstico preciso ao falar de meio ambiente.

    Os cientistas que pregam o Apocalipse, são charlatões, levando paranóia à população. Não podemos afirmar que daqui a tantos anos surgirão catástrofe. Não sabemos, é apenas uma probabilidade. Poderá ser hoje, ou nunca acontecer tais cataclismos.

    Na Idade Média, por volta do ano 800 a 1.200 d. C., houve um cataclimo global pior que o atual.O que tem de diferente no fenômeno da Idade Média para o atual, é que este tem a mais
    um agravante: o aquecimento antropogênico. Ou seja: o aquecimento causado pelo poluição do homem nos quatro cantos do planeta. Além das acomodações de placas tectônicas,
    que poderãm causar tsunamis em raros casos, o aquecimento antropogênico é mais um acrescimo na problemática ambiental atual.

    Já passamos por isso, dizem os céticos. Não podemos subestimar
    e não podemos nos apavorar. Para que isto se torne possível, teremos que solucionar com maior urgência o problema social, junto com o problema ecológico.

    25 Março 2010 0 comentários sem avaliação
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  10. LA REVOLUCIÓN ELECTRÓNICA Y LA NUEVA UTOPIA
    A nova política da futura civilização está para além dos postulados Liberais (burgueses) e dos postulados marxistas tradicionais. Esta nova política vai ao encontro dos avanços da micro-eletrônica (robótica, chips) unida às novas formas de políticas sociais, a partir da alteridade das vítimas, dos excluídos de todos os direitos sociais . A mobilização de todos os segmentos sociais, se dará pela concretização da própria corporalidade enferma dos excluídos.
    A extinção de blocos políticos institucionalizados, inclusive o Estado, burocratizados, com os poderes fetichizados, divinizados, idolatrados, que administram para seus próprios interesses (de classe, de casta, de tribo etc.), se fará necessário e urgente uma nova política, junto à aplicação da revolução tecnológica eletrônica informatizada que diminuiu quase a zero o tempo e o espaço de participação cidadã quanto a solicitar a opinião da cidadania para constituir o consenso ou cumprir trâmites burocráticos.
    A revolução eletrônica informatizada trouxe-nos a automação à base da da micro-eletônica a partir de 1940, Esta revolução eletrônica eliminou com o valor da produção, nas fábicas, deixando-a ao valor zero; eliminou também com o valor das mercadorias; e o dinheiro como sua representação chegará ao valor zero, tanto odinheiro fictício do mercado de capitais, como o dinheiro real. A produção perdeu o seu valor e o dinheiro não terá mais nenhum valor para a nova economia da futura civilização. O trabalho, por sua vez, chegará a quase zero.
    A nova economia da futura civilização não terá mais a Mais-Valia (o
    sobre-trabalho); não será mais fetichismo para os cidadãos. Não tendo mais nenhum valor, a produção será abundante para todos os indivíduos da coletividade. Esta nova economia está para além da exploração do homem pelo homem, da pré-história do homem inconsciente, fetichista etc.
    A Nova Utopia será conseguida através da Autopoiesis (auto-criação, auto-construção) das máquinas “espirituais” da revolução eletrônica
    como os computadores, os celulares, a nanotecnologia, a revoluçap dos chips etc. A nova economia não permitirá mais acumulação de riquezas materias.
    Chegará um dia em que todos os proprietários desistirão de seus próprios patrimônios, porque estes não lhes darão mais nenhum benefício, porque o mundo da economia real não lhes trarão mais nenhum lucro e nem dinheiro.
    A Nova Utopia começará com o concenso entre patrões e excluídos para delegar direitos, deveres e responsabilidade para cada cidadão da coletividade. Devido ao avanço da automação informatizada, da micro-eletrônica, o tempo de trabalho chegará a quase zero, porque as máquinas não trabalharão sozinhas e precisarão de monitores humanos. Então, para cada cidadão será responsabilizado por uma hora de trabalho produtivo por dia, dedicando-se ao restante do dia com o ócio produtivo, o ócio criativo, o lazer etc.
    O Estado será virtual, subjetivado, descentralizado, administrado por páginas eletrônicas, porque a sua burocratização propicia o fetiche do poder e sua consequente corrupção. Enfim, teremos que inventar um novo homem e uma nova mulher, ou seja. uma nova Antropologia, segundo Tarcísio Santiado (PhD). Talvez, teremos que inventar uma Antropologia do Andrógino.

    Odécio Mendes Rocha – Filósofo.

    9 Março

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  11. Belas e instigantes linhas. Mais uma vez questiono o porquê da ausência da religião – das igrejas disciplinadoras e moralistas- nesse processo de mudança de hábitos com relação ao ambiente. São importantes meios para a formação da ética dos seus discípulos e para o aperfeiçoamento da moral, nesse novo e urgente contexto. As igrejas são educadoras institucionalizadas e poderiam difundir valores que façam refletir a relação para com a Terra, para com os modos de produção e consumo. Acho que tais instituições estão muito distantes da realidade e do papel de educação ambiental através da espiritualidade que permitiria a reflexão “pela grandeur do universo” e a “autoestima por podermos admirar, gozar e celebrar todas as coisas”.

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    • Eduardo,
      As religiões seriam as escolas naturais do respeito, da veneração e da proteção de todo o criado, coisa que ajudaria a ter uma comportamento ecologiamente correto. Mas a maioria delas se preocupa mais com elas mesmas do que com o destino da natureza e da criação. Isso é lastimável. Nenhuma delas disse ainda uma palavra forte, profetica como aquela de Noé face à atual crise. O problema é que elas são antes parte da crise que uma resposta a ela.

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  12. …Leio o que escreve…e fico muito intrigada…que dia as palavras se tornarão prática?
    O que fazer quando se instalou no Brasil a mais absoluta crise de caráter…o que fazer, se nossa prática como educadoras possui uma insignificância dada as proporções dos abusos oriundos dos agentes legalizadores da sociedade?
    O que fazer?

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    • Margarida,
      Talvez so o sofrimento salve, como disse um filosofia da história: O ser humano aprende da historia que não aprende nada da historia mas aprende tudo do sofrimento. Talvez nos falte ainda uma boa dose de sofrimento ou como sempre diza Celso Furtado: o Brasil nunca passou por uma crise radical como tods os paises que depois se tornaram grandes. Mas prefiro Santo Agostinho que diz que aprendemos sim do sofrimento, mas muito mais do amor.
      Nem tudo está perdido. Há muita gente boa e é por causa delas que o mundo ainda não foi destruido por Deus.
      lboff

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  13. EL ORIGEN Y EL FIN DEL DINERO
    Costumo dizer que a origem do dinheiro está na Mais-Valia. Isto Karl Marx o disse há mais de um século atrás na sua obra O CAPITAL.
    Começa com o trabalho; depois, é expropriado o trabalho excedente (a mais-valia); na terceira etapa, a acumulação da riqueza
    é transformada em “commodites” e o dinheiro fica como uma mercadoria independente: ALUGA-SE DINHEIRO, VENDE-SE DINHEIRO !!! E eis a pistolagens dos bancos – empréstimos, cambios etc. Este dinheiro, pela evolução, transformou-se em outro tipo de propriedade – o mercado financeiro internacional. Este dinheiro ficou independente das relações patrões e operários, é quem manda e desmanda nos Estados-nações. Está para além do bem e do mal. Por quê? Porque o mundo da Economia real e concreta morreu. Não podemos mais aplicar o dinheiro na produção, pois não existe mais a Mais-Valia (o sobre- trabalho) , e a única via de acesso para evitar quebradeiras e falências das empresas é o mercado financeiro internacional.
    O capital emancipou-se dos trabalhadores. Este dinheiro não corresponde mais ao econômico, aos ativos fixos e não tem nada a ver com a economia real ou concreta.
    A revolução eletrônica informatizada, a partir de 1940 com a Cibernética de Norber Wiener e seu extensivo mundo informatizado (a revolução dos chips), mudou o parorama da antiga civilização milenar do trabalho. Esta micro-eletrônica deixou quase a zero o espaço-tempo; eliminou a zero a mais-valia; deixou a produção zero valor; o trabalho quase a zero; o mercado não terá mais nenhum valor em dinheiro; o capital tornou-se fictício sem mais correspondência na economia concreta e real. O desemprego estrutural aumentará a cada dia, sem retorno, em progressão geométrica.
    Acabou o dinheiro da produção. mas ela continua firme. Continua firme apenas como excrescência social (Baudrillard) atrelada ao dinheiro público e às especulação do mercado financeiro mundial.
    Àquelas nações subdesenvolvidas que ainda extraem a Mais-Valia dos trabalhadores, só internamente – dentro da nação – usam ainda as categorias fundantes do capitalismo; mas externamente, ou seja, nas relações internacionais, entram em contato com o dinheiro fictício das bolhas financeiras mundiais onde as importações e exportações internacionais estão excrescentes, inócuas e inúteis, devido à falta da Mais-Valia a nivel mundial . Estes “feudos” resistentes do capitalismo, terão em breve um fim iminente. E a produção sem Mais – Valia de um modo quase generalizante, como está atualmente, em breve deixará de ser o referencial do dinheiro desterritorializado do mundo produtivo. De explosões em explosões de bolhas, o sistema sócio-metabólico do capitalismo não resistirá e morrerá de apoptose. Fim do capitalismo.

    Odécio Mendes Rocha – Philosopher
    http://www.pt.netlog.com/odeciomendesrocha
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    8 Março 2010

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  14. A METAFÍSICA DO DINHEIRO

    Quinta, 10 Novembro 2011 às 14:55

    A METAFÍSICA DO DINHEIRO
    O dinheiro tornou-se uma entidade Metafísica, quando isolou-se dos trabalhadores, criando um estatuto próprio no Mercado Financeiro Internacional. Tornou-se uma Metafísica, quando foi além do trabalho e da produção – dinheiro virtual. Mas sua evolução chegou ao seu fim. Porque quando a produção tornou-se zero valor,o dinheiro de um modo geral perdeu sua representatividade, cuja âncora estava no trabalho vivo, no trabalho morto e na produção. O dinheiro como trabalho abstrato, perdeu seu referencial no mundo do trabalho e da produção. No mercado de capitais, o dinheiro ficou totalmente independente, transcendental, virtual, ícone do trabalho abstrato e metafísico. Como dissemos acima, ao desabar o mundo d a produção real, o dinheiro desterritorializou-se por completo, virou apenas excrescência, sem mais o poder real que tinha antes. Enquanto havia um território para o dinheiro – o Mercado Financeiro Internacional – atrelado à produção que produzia a Mais-Valia, havia segurança econômica. Mas este território implodiu, á medida que perdeu seu referencial produtivo. Ao morrer esta âncora, o dinheiro perdeu todo o seu valor. Chegou ao seu fim como fetiche maior. E todos valores atrelados a ele, também, morreram. FIM DO CAPITALISMO.
    odeciomendesrocha philosopher

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  15. A NOVA POLÍTICA *

    Nas pequenas teses que escrevemos anteriormente, mostramos o fim de um bloco econômico milenar que está dissolvendo-se à velocidade da luz. Mostramos, também, que o conglomerado de mega-empresas transnacionais, automatizadas à base de microeletrônica informatizada, que não geram empregos, é independente político-economicamente de todas as nações, incluindo o império de plantão. Vimos, também, que estes oligopólios coniventes com o mercado financeiro internacional, deturpado pela própria contingência epocal, esquematiza o último suspiro da antiga civilização milenar.
    A nova política da futura civilização está além dos postulados liberais (burgueses) e dos postulados marxistas tradicionais. Esta nova política vai ao encontro dos avanços da micro-eletrônica (robótica) unida às novas formas de políticas sociais, a partir da alteridade das vítimas, dos excluídos de todos os direitos sociais. A mobilização de todos os segmentos sociais, se dará pela concretização da própria corporalidade enferma (Dussel) dos próprios excluídos dentro de sua própria miséria.
    A demolição de blocos políticos institucionalizados, inclusive o Estado, burocratizados, com os poderes fetichizados, divinizados, idolatrados, que administram para seus próprios interesses (de classe, de casta, de tribo etc.), se fará necessário e urgente uma nova política, junto à aplicação da revolução tecnológica eletrônica informatizada que diminui quase a zero o tempo e o espaço de participação cidadã quanto a solicitar a opinião da cidadania para constituir o consenso ou cumprir trâmites burocráticos. Será um Estado virtual, subjetivado, com escritórios descentralizados, administrados por páginas eletrônicas. O Estado do futuro será tão distinto do atual que terão desaparecido muitos de suas instituições mais burocráticas, opacas, pesadas etc. Parece que não há mais Estado, mas estará mais presente que nunca como responsabilidade normativa de cada cidadão pelos outros cidadãos. (…) A revolução eletrônica é equivalente à revolução industrial do século XVIII. Mas aquela vai além da produção industrial, que intervém também na política e na informação dos cidadãos, segundo Enrique Dussel, em seu livro sob o título 20 Teses de Política.

    * Artigo publicado no Jornal Folha do Ceará
    Data: 15 de Novembro de 2007

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  16. LIBERTAÇÃO DOS ASTROS *

    É anunciada a volta do cometa Halley. Ele virá como um filho rejeitado, tal qual um Moisés, o libertador do cativeiro do Egito, tal qual o rei Édipo, o elucidador do ethos grego; tal qual Cristo, filho sem pai nativo; o revolucionário da moral e da vida.
    Esta é a grande hora. É a hora de se pensar em algo diferente…
    Astronomicamente, o Sol é o centro de nosso sistema planetário. Tudo gira em torno do Sol…
    Todo este heliocentrismo é um reflexo da nossa falocracia e do nosso falocentrismo. Falo-cracia (membro masculino-governo do) é o governo do falo. Falo-centrismo (membro masculino-centro do) significa nosso machismo.
    A ontologia falocrática totaliza a mãe e o filho dentro do horizonte do “o Mesmo”, sem nenhuma proposta de libertação.
    O Sol como centro do sistema, é o reflexo da dependência das colônias em torno do império atual.
    A Ontologia do centro europeu-norte-americano, totaliza os países subdesenvolvidos dentro do âmbito dos seus teoremas, normas e teorias. Pois a partir de um pretenso “centro”, a cultura parte dele e para ele, quase irreversivelmente, sufocando toda a cultura da periferia, que, neste caso, é o terceiro mundo.
    Voltando ao Sol, este é “um momento mítico masculino” (Henrique Dussel, Erótica e Pedagógica, pág. 157); “a terra atemorizada é o momento maternal-feminino” (Ibid).
    A teoria de Copérnico veio a negar uma outra ordem. A teoria de Einstein desestruturou, quase que anarquisticamente, toda uma outra ordem pré-estabelecida, que era a teoria Newtoniana, de causa e efeito.
    Na mesma esteira de um Einstein, vieram as teorias libertadoras, tais como a Pedagogia do Oprimido (Paulo Freire), a Teologia da Libertação (Leonardo Boff), a Filosofia da Libertação (Enrique D. Dussel e outros), a antipsicologia (Alfredo Moffat e outros).
    O rei Sol (nome masculino), que, antigamente, pedia imolações humanas, é substituído pelo falocentrismo e pela Ontologia do centro europeu-norte-americano.
    E como superar o falocentrismo, diríamos nós. E como superar a Ontologia, diria Heidegger. Responderíamos, nós, pensadores da libertação com uma Meta-física que é uma ética antropológica, que é, também, uma ética arqueológica…
    Enfim, o cometa Halley virá inconscientemente, e com a sua própria luz, matar o rei-Sol e casar-se com a mãe-Terra. É hora de muita reflexão…

    * Artigo publicado no Jornal O Povo
    Data: 19 de Novembro de 1985
    P.S. – Edgar Morin, em seu livro Método 5 (publicado muito depois deste meu artigo), sugere que o centro do sistema solar, substitua o Sol pela Máquina, ficando o sol alinhado como mero planeta como os outros.

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  17. CIÊNCIA IDEOLÓGICA *

    Lauro de Oliveira Lima disse uma frase em seu artigo, publicado neste jornal, nesta página, cujo título é “Ciência Vadia”: … “à merda a ciência que não resolve os nossos problemas”. Aproveito o enfoque do ilustre mestre para desenvolver a reflexão de minha próxima exposição.
    A quem serve, afinal, a Ciência? Por acaso as teorias de Einstein, Newton, Copérnico, Freud etc., entram de favela adentro para equacionar os crônicos problemas dos pobres desassistidos? Por acaso o pobre já foi beneficiado pela tão badalada “produção de conhecimento” acadêmica, apregoado pela Universidade de Pesquisa e Extensão? Ou tudo não passa de produções intelectuais que servem para justificar o poder estabelecido da classe dominante, do modo de produção escravista, ou das ações impiedosas do império do turno?
    Na astronomia, a teoria heliocêntrica, que tem o sol como centro do sistema planetário, justifica a ação do império sobre as colônias que também “giram” em torno dele, ou, como também justifica a ação do patriarca sobre a mulher e os filhos que também “giram” da mesma forma.
    Na psicanálise, de Freud, o que é o “Superego” senão a moral coercitiva do sistema econômico cristalizada na cabeça do pai e passado como um ideal a ser atingido. O que é o “Ego” senão o enclausuramento da alma dentro da “camisa-de-força” das leis produtivas. O que é o complexo de Édipo senão a tentativa que tem a família de resolver no seu âmago, aprioristicamente, o conflito de classes, já que a mãe simboliza a classe pobre e explorada, e o pai o opressor, herdeiro da cultura machista e patrimonialista. Ou poderíamos suspeitar que o complexo de Édipo é uma situação forjada pelo próprio modo de produção, já que sua superação (do complexo) reproduz com exclusividade o homem-opressor e a mulher-oprimida-submissa ao sistema produtivo.
    E quem paga esses cientistas e pesquisadores? Senão com os impostos do povo, ou do trabalho excedente espoliado do trabalhador.

    * Artigo publicado no Jornal O Povo
    Data: 04 de Agosto de 1988

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  18. CADÁVER DA CIVILIZAÇÃO *

    A corrupção, o narcotráfico, o crime organizado, a máfia são forças marginais que preencheram o vácuo que a sociedade eticamente organizada deixou ao sucumbir. Numa sociedade destruída como a nossa não existe mais Ética (o agir humano dentro das regras e normas sociais), mas sim apenas um ethos (hábitos, costumes – uma convivência mínima entre os indivíduos).
    Com a morte do pensamento crítico (Kant), todas as áreas do conhecimento ficaram afetadas e sem rumo.
    Não é somente a ciência que tem que mudar de paradigma, mas toda a economia, política e cultura conjuntamente, para que se possa mudar radicalmente o paradigma civilizatório atual.
    O mundo de hoje involuiu historicamente para a fase mítico-mística primitiva (eis o motivo do sucesso de Paulo Coelho e Harry Potter), que fora enterrada com muito esforço pela Razão triunfante e metafísica. Ao amordaçar a fase mítica e mística primitivas, resolveu depois fabricar os mitos racionais do herói, do político etc., com a própria Razão.
    O mundo, depois de fabricar seus mitos à luz da Razão, resolveu destruí-los ao final do século XX. Ao destruir todas as formas míticas racionais, a Razão fragilizou-se e o resultado foi o retorno à fase mítica e mística primitivas que ora estamos a voltar. Toda a ruptura da Ciência de Galileu Galilei, do Teocentrismo (Deus como centro do Universo) da idade média para o Antropocentrismo (o homem como centro do universo), onde houve o divórcio entre Ciência e Filosofia, deixando esta apenas como uma forma subjacente à Ciência renascentista, o mundo tomou outro curso histórico, cujo caminho foi um desvio a partir do século XIII, segundo o filósofo Henrique C. da Lima Vaz, onde o abalo sísmico da Renascença por volta do século XVII, a História do homem e da Cosmologia (a nova visão do universo) perdeu-se até aos nossos dias. Eis o porquê do fim da civilização antropocêntrica.
    O desmoronamento sócio-político-econômico que hoje estamos a passar, insurgiram-se vários pensadores do social a partir de Marx resgatado (os Grundrisse) de 1857-8, onde ele vislumbrava uma sociedade toda automatizada, em que o trabalho não seria mais a fonte de riqueza.

    * Artigo publicado no Jornal O Povo
    Data: 18 de Setembro de 2005

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  19. Odeciomendesrocha Mendes Rocha compartilhou um status
    há 37 minutos
    Leia meu deiálogo com a CIA (Central de Inteligência Americana) a 24 de agosto de 2011.
    Conversa iniciada em 24 de agosto de 2011

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    Mohammed Kamal
    hi are you a muslim
    25 de agosto de 2011

    10:17
    Odeciomendesrocha Mendes Rocha
    I’m not, my friend. I’m Brazilian. I have European background. Tanks odeciomendesrocha philosopher
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    Odeciomendesrocha Mendes Rocha
    há ± 1 hora próximo a Fortaleza
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    Mohammed Kamal
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    Odeciomendesrocha Mendes Rocha Eis aqui minha conversa on-line com Maréchal da CIA (Central de Inteligência Americana) Mohammed kamal> Ele veio investigar o meu blog, talvez pelo meu retrato. Todos negaram essa inspeção, mas depois “por coincidência” fizeram uma devassa em meu blog….Veja mais
    há 47 minutos · Curtir (desfazer)

    Odeciomendesrocha Mendes Rocha ..E sou brasileiro, nascido aqui.
    há 25 minutos · Curtir

    Odeciomendesrocha Mendes Rocha E não tenho nenhum envolvimento com muçulmanos.
    há 13 minutos · Curtir

    Odeciomendesrocha Mendes Rocha ..Não pertenço a nenhum grupo muçulmano.
    há 13 minutos · Curtir

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    há ± 1 hora

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  20. Odeciomendesrocha Mendes Rocha
    22 de fevereiro próximo a Fortaleza
    Odeciomendesrocha Mendes Rocha LINK PERMANENTE
    22/02/2014 20:24
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    FIM DA ECONOMIA CLÁSSICA E O ADVENTO DO COMUNISMO
    Quando escreví “O Reino da Liberdade” há 07 (sete) anos atrás, pouca gente entendeu o que eu estava escrevendo. Foi publicado em dois jornais locais aqui de fortaleza “O Povo” e “A Folha do Ceará”. Depois publiquei na Internet, no meu blog, neste site do Leonardo Boff e em outros. Agora vou para as vias de fato.
    O trabalho abstrato perdeu a sua dimensão ontológica. Não há mais razão para sua existência. Ele era a raiz de toda a economia milenar que produzia valor.
    A idéia sobre o fim do trabalho abstrato, da economia sem valor, do dinheiro sem valor remete-nos 24 séculos de espera.
    Quem primeiro pensou numa sociedade sem trabalho, com a produção zero valor e o dinheiro sem valor, foi o filósofo Aristóteles ( séc IV a.C.), quando disse: “Se o tear (instrumento artesanal de fiação) trabalhasse sozinho, não precisaria de senhor nem de escravo”. Esta idéia foi retomada por Karl Marx em 1857-8, no seu livro os Grundrisse (Borrões, em 03 vols.), onde ele resgata Aristóteles com a nova roupagem tecnológica atual.
    A Cibernética de Norbert Wiener e sua extensiva informática que culminou na robótica, abriu as portas para o comunismo, com esta revolução eletrônica que estamos a passar.
    O próprio capitalismo inventou a corda para se enforcar – o comunismo cibernético.
    A robótica que quase eliminou com o espaço/tempo, acabou extinguindo com o trabalho abstrato (entidade social que criava valor, segundo Marx), com o valor da produção e liquidou com o valor do dinheiro, que é a manifestação do trabalho abstrato e o valor.
    Esta nova civilização que haverá de vir brevemente, eliminará com os problemas climáticos e ecológicos, pois foi a sociedade consumista que provocou o desastre ecológico. Não haverá mais consumismo na nova civilização.
    Estamos chegando à Terra Prometida. Estamos entrando numa sociedade onde haverá pouco trabalho e muito ócio criativo, como sonhava Karl Marx no reino da liberdade.
    Não chamem os Ludista, como a matéria publicada na revista “Carta Capital” da semana passada. Não precisamos quebrar as máquinas para que retorne o emprego estrutural. Deixem a robótica evoluir até chegar ao comunismo cibernético – sonho da humanidade há 2.400 anos.
    11

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